Darlan Campos
Darlan Campos é Consultor em Marketing Político, professor, escritor e membro fundador do CAMP - Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político.

Erros comuns dos políticos nas redes sociais


Publicado por: Darlan Campos Em: Colunistas No dia: 15 de abril de 2021


A campanha pré-eleitoral já começou e boa parte dos políticos nas redes sociais continuam a cometer erros bobos.

E a maioria dos candidatos e políticos, nem começou a planejar suas ações na Internet. E você já sabe como começar uma pré-campanha na Internet? Como atuam os políticos nas redes sociais?

Neste artigo vou listar abaixo os erros mais comuns cometidos pelas pré-campanhas em seus planejamentos de marketing político digital.

Como você vai aprender hoje: O seu plano de marketing político digital deve conter estratégias que, bem usadas e articuladas entre si, podem:

Expandir a imagem do candidato no Google e nas redes sociais

Criar múltiplos canais de interação com o eleitor

Alcançar o público-alvo e transformá-lo em eleitor

Criar conteúdo específico para o target

Promover debates para conhecer as opiniões e sugestões da população

Criar oportunidades para capturar a atenção dos indecisos

Defenda o posicionamento e ataques de oponentes e oponentes

Manter um diálogo com o público-alvo até o dia da votação

Com as mudanças na legislação eleitoral e fruto da Reforma Política, tornou-se legal a chamada pré-campanha: passa a ser permitido realizar alguns atos de propaganda política antes da candidatura, desde que respeitados os limites legais.

O sucesso de um projeto político passa, entre outras coisas, por uma boa estratégia de pré-campanha e uma capacidade de colocar o planejamento em pátrica. Abaixo os erros mais comuns cometidos por políticos nas redes sociais:

ERRO 1: TRANSFORMAR SUAS REDES EM SANTINHOS VIRTUAIS

Este é, com certeza, um dos erros mais recorrentes cometido pelos políticos  nas redes sociais. Consiste no compartilhamento constante de imagens com apenas nome e número do candidato ou apenas ações de mandato.

Como resultado, vemos eleitores incomodados com a poluição visual em suas timelines, acarretando cancelamentos de assinaturas, unlikes e unfollows.

Poste conteúdos que se aproximem dos eleitores, humanize sua pré-campanha, mostre como você pode mudar a realidade de cada pessoa. Ao invés de pedir apoio, venda ideias.

Mostre para o seu público-alvo que você compartilha das mesmas mazelas que ele e, além disso, tem soluções para elas.

ERRO 2: NÃO TER UMA ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO

Um erro comum dos politicos nas redes sociais é a negligência com a estratégia de conteúdo e as métricas.

Métricas são importantes, mas a obsessão pelas métricas não é importante. Preocupa-se demais com o pixel do facebook, com a quantidade de seguidores e com o número de likes.

A preocupação maior e soberana deve ser: Entregar o conteúdo adequado para o público segmentado adequadamente, ainda que custe um pouco mais caro, a aderência é muito maior e isto sim leva ao voto.

E atentão: Seguidores é a métrica da vaidade, posto que para conteúdo impulsionado tanto faz o número de seguidores. Não se prenda a isso.

ERRO 3: NÃO TER UMA ESTRATÉGIA DE RELACIONAMENTO

Ao se relacionar com um candidato em uma mídia social, o usuário assume um perfil comportamental e para cada perfil, a equipe de campanha deve ter uma estratégia de relacionamento, seja para prevenir/controlar uma crise ou dar mais voz a algum usuário.

Duas atitudes são comuns: 1. Deixar um usuário interessado falando sozinho 2. Não saber lidar com críticas e reclamações.

Crie um fluxo de informações e um padrão de respostas para a interação do público. Isso ajudará a minimizar crises na sua gestão de redes sociais.

ERRO 4: SUPERESTIMAR O PODER DAS REDES SOCIAIS

Embora seja um veículo de suma importância na política, e as eleições 2018 já mostraram isso, o seu uso para fins de campanha e pré-campanha deve estar bem ancorado em uma estratégia macro.

Portanto, ainda é necessário equilibrar a campanha entre on e off-line.

Mais importante do que saber se a internet vai substituir a TV como principal veículo em uma campanha eleitoral é, utilizar um mix de mídias, a partir de uma estratégia clara e com interação entre todos os eixos de uma campanha ou pré-campanha.

ERRO 5: NÃO PREVER CENÁRIOS

Poucos candidatos fazem o monitoramento de seus nomes e de assuntos estratégicos em mídias sociais. Desta forma, não conseguem antecipar crises nem prever cenários. Um erro comum dos políticos nas redes sociais.

As mídias sociais são um termômetro, em tempo real, do que as pessoas estão sentindo. Com um monitoramento eficiente, você pode se antecipar à imprensa e controlar crises.

Monitore o que é dito sobre o candidato no Twitter, Facebook, Instagram, blogs e outros;

Classifique as postagens como positivas, negativas ou neutras e separe-as por temas.

Monitore assuntos estratégicos que podem ser do interesse da pré-campanha;

Não esqueça dos seus concorrentes continuamente, monitore-os, já que sempre é possível antecipar uma mudança de estratégia e foco do adversário;

ERRO 6: EQUIPE DESPREPARADA

Um erro muito comum praticado pelos candidatos é deixar seus perfis em redes sociais nas mãos de pessoas leigas, seja por algum interesse político e/ou por pura ingenuidade.

Analistas de mídias sociais são, normalmente, comunicólogos (jornalistas, publicitários ou relações públicas e marketing), é muito importante ter profissionais capacitados, já que eles estarão lidando com a sua imagem.

ERRO 7 NÃO ADEQUAR A LINGUAGEM

Dessa forma, outro erro comum dos políticos nas redes sociais e que peca na hora de alinhar a comunicação com o público, diz respeito a linguagem.

Mas, não é porque a internet permite uma linguagem informal que você também pode adotar gírias e abreviações ao falar com seus eleitores nas redes sociais.

Entretanto, muitos pré-candidatos se esquecem de pontuar palavras e frases, e pior, tentam usar memes da moda, simplesmente porque estão na moda, mas que não se adequam em nada com o público.

Se você não está falando a mesma língua que seus eleitores, eles certamente não estão te entendendo.

PARA APROFUNDAR

Como não cometer esses erros comuns dos políticos nas redes sociais?! Para quem desejar aprofundar sobre a construção de imagem, narrativa e reputação no marketing político, veja o workshop abaixo que dei no curso de marketing político organizado pelo ILP (Instituto do Legislativo Paulista), ligado a Assembleia Legislativa do estado de São Paulo.