Publicado por: Assessoria de Comunicação Em: Geral No dia: 14 de junho de 2025
A relação turbulenta entre Israel e Irã ganhou novos capítulos na última semana. Na quinta-feira, 12, as Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque sem precedentes contra alvos estratégicos no Irã, matando três figuras-chave: o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; o general Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária; e o general Gholam Ali Rashid, responsável pela base aérea de Khatam al-Anbiya. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a operação como uma “ação preventiva” contra o avanço nuclear iraniano e prometeu mantê-la pelo tempo que considerar necessário.
Em resposta, o Irã lançou centenas de mísseis contra Israel na sexta-feira, 13, deixando ao menos 40 feridos em Tel Aviv. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel havia “iniciado uma guerra” e garantiu que não haveria nova agressão sem retaliação.
O Itamaraty classificou a ofensiva israelense como uma clara violação do direito internacional e alertou para o risco de um conflito de grandes proporções, apelando pela máxima contenção. Especialistas em direito internacional destacam que, embora o uso da força seja permitido em legítima defesa, o chamado “ataque preventivo” não encontra respaldo jurídico.
A escalada reacende temores de um confronto regional amplo. Para Samuel Feldberg, professor de Relações Internacionais da USP, só haveria risco real de generalização do conflito caso o Irã atacasse interesses americanos ou ameaçasse o fluxo de petróleo no estreito de Hormuz. Apesar disso, o especialista observa que o Irã sai fragilizado do episódio, com a perda de importantes comandantes e cientistas nucleares, além de já sofrer com sanções severas que minam sua capacidade militar e econômica.