Investigar Jair Bolsonaro por disseminação de fake news é como encontrar palha em palheiro. Fake news é a modalidade esportiva mais praticada pelo presidente. Espanta terem colocado o Jair nesse pódio só agora. Seu histórico de atleta já garantiu muitas medalhas para o Brasil na modalidade de lançamento aleatório de dados “científicos” sobre a eficácia da cloroquina. Bolsonaro também ganhou o ouro nas Olimpíadas de Matemática quando conseguiu desvendar um complexo cálculo econômico. “Nós vencemos o ano passado, estamos vencendo este. Alguns projetam já um crescimento de 5% positivo este ano. Se é 5% positivo, o ano passado foi 4% negativo, crescemos 9%. Isso é um milagre, é uma coisa inacreditável”, disse o presidente.

Esse “milagre”, somado a tantos outros, levou Jair Bolsonaro a ser incluído no inquérito das fake news, atendendo a um pedido dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro havia dito que PROVARIA a todos, ao vivo em sua live semanal, que as urnas eletrônicas podem ser fraudadas. Numa manobra malsucedida acabou caindo do cavalo, ao afirmar que não tem provas, mas convicções e indícios. Seu salto “Dallagnol” não convenceu os juízes. Agora a modalidade vai ser outra, o jogo da VERDADE.

Com pouca habilidade nessa categoria, o presidente deve apostar alto naquilo que o consagrou. Seguirá treinando a escalada antidemocrática, agitando os seus 25%, mantendo-os na torcida para chegar com chances à medalha de ouro em 2022. Ao abrir espaço para o “centrão” o presidente crê, também, na extensão do seu mandato até 2026. A modalidade “toma lá dá cá” com obstáculos é bastante conhecida por Jair Bolsonaro. Trinta anos de vida pública tornam qualquer brasileiro expert nesse esporte.

Garantindo essas duas medalhas, o inquérito tende a ficar para depois, quando Bolsonaro deixar a presidência. Por hora, a tentativa dos ministros do TSE e do STF parece ser domar o cavalo do Bolsonaro. Conta o ditado que “cavalo peado, não salta valado”. Veremos.