Quem sobe o Gilberto Machado pela avenida Governador Cristiano Dias Lopes, uma rua de paralelepípedos, com aquele ar nostálgico, já viu em algum momento aquele local com uma característica rústica, cheia de antiguidades dentro, por vezes discreta, mas sempre repleta de pessoas que têm alguma história com aquele lugar. A Adega Secos e Molhados faz parte da vida de muita gente em Cachoeiro de Itapemirim e, agora, infelizmente, vai encerrar suas atividades.

“Seu” Antônio, proprietário do local, enviou pelo WhatsApp o comunicado: “Oi amigos, estou encerrando as atividades do Adega Secos e Molhados. Quero, neste momento, agradecer a todos que o frequentaram por todo esse tempo, promovendo a alegria desta casa. Muito obrigado!”.

A notícia foi recebida com surpresa por uns e nem tanto por outros, afinal, Seu Antônio já dava sinais há algum tempo que apesar de gostar muito das pessoas que frequentam ali, estava cansado e queria, de fato, aposentar.

É difícil encontrar quem gosta da noite cachoeirense que não tenha alguma história na Adega. Como o dia em que ninguém menos que Luiz Melodia chegou no meio da noite, do nada, para tomar uma saideira com quem ali estivesse.

Ou, então, quando chegavam feras no violão, acordeão e pandeiro e, sem avisar, começavam a fazer um som instrumental de alto nível, sem cobrar nada, apenas para se divertirem e fazer alegria dos frequentadores.

E tem também a famosa galera da quinta-feira. Que durante, se não todos, quase todos esses anos, esteve por lá religiosamente toda semana, com direito a churrascão de confraternização no final do ano, reunindo uma turma enorme.

Já teve também o pagode do Ronaldo. Foi ali também onde muitas pessoas se conheceram e, de alguma forma, criaram amizade. Enfim, a Adega encerra suas atividades, mas permanecerá viva na memória de quem viveu essa história ao longo de todos esses anos.

Seja lá o que está reservado para aquele lugar, sem o Seu Antônio e toda a turma que construiu essa história, não será a Adega de antes.