Max Dias
Historiador, jornalista, professor do IFES Campus Linhares e Doutor em História
Publicado por: Max Dias Em: Colunistas No dia: 13 de junho de 2022
Notícias que circularam essa semana reforçam a teoria de que, em 2022, o primeiro turno pode ser a definitiva eleição plebiscitária colocando o atual presidente sob o crivo das urnas. Lula, nesse caso, tende a ser o algoz, mas poderia ser qualquer outro ou outra, se os demais candidatos não tivessem uma ladeira muito íngreme para escalar.
Espantou uma parcela dos comentaristas políticos o fato da sul-mato-grossense Simone Tebet, pré-candidata à presidência pelo MDB, ter um índice de rejeição maior que o de Jair Bolsonaro, a vidraça da vez em 2022. Na pesquisa veiculada pelo PoderData, 63% dos entrevistados disseram que não votariam em Tebet sob qualquer hipótese. Foi um balde de água fria nos que ainda alimentam a narrativa da “despolarização” e da terceira via. Pelo visto, a senadora nem deve começar a nadar para não morrer na praia.
Numa posição ainda mais arriscada que Tebet está Ciro Gomes (PDT), por mais que o mesmo tenha menos rejeição e mais intenções de voto. A questão que afeta o quartel de campanha dos Gomes é de guerra interna. Sua semana está se encerrando sob forte fogo amigo, já que boa parte da bancada pedetista na Câmara promete abandonar o barco do cearense em razão dos ataques constantes do presidenciável à Lula.
De uma tendência histórica eleitoral pragmática, o PDT enxerga que o dia seguinte à derrota de Bolsonaro pode ser muito duro para o partido, dificultando um novo alinhamento com Luiz Inácio. Temem, ainda, o fato da urna ser muito rude para com eles, derrubando a bancada a nível federal. Quando o cabeça de chapa não puxa voto, ele tira. Eis o pepino a ser descascado por Ciro Gomes até a definitiva romaria eleitoral (se ela vier).