Max Dias
Historiador, jornalista, professor do IFES Campus Linhares e Doutor em História

Segue o jogo eleitoral!


Publicado por: Max Dias Em: Colunistas No dia: 26 de agosto de 2022


A semana chega ao fim após uma rodada de entrevistas no Jornal Nacional com os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto. No próximo domingo acontece um debate na Band e, ao que tudo indica, o desempenho de Lula nesta quinta-feira (25/08) motivou Jair Bolsonaro a sair na chuva. Enfim, veremos o atual presidente debatendo alguma coisa fora do seu cercadinho no Alvorada. Entretanto, as pesquisas mostrando alguma movimentação do eleitorado, sob os efeitos da televisão, devem correr a partir do dia 30/08. Há muita expectativa no ar. Lula cresceu e pode vencer no primeiro turno? Bolsonaro ganhou força e vai esticar a disputa até o dia 30/10?

Diferentemente dos apontamentos de quase todos os institutos de pesquisa, o da Brasmarket (empresa contratada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro) aponta Jair Bolsonaro na dianteira com 41% dos votos. Estaria em curso uma virada do atual presidente que apenas um instituto de pesquisa está conseguindo captar? Difícil saber. Já tratamos em outra coluna que os métodos e intenções estão contaminando sobremaneira uma ferramenta que durante muito tempo ajudou a esbanjar confiança no processo eleitoral. Atualmente, as discrepâncias nos números reforçam o sentimento de contrariedade com as urnas. É o caldo que o bolsonarismo pretende beber para tumultuar uma eleição.

Uma coisa é certa: nas redes sociais, os atuais candidatos geraram muitíssimo engajamento nessa semana. No cômputo geral, falaram para o seu curral, sob a claque dos seus entusiastas e vaias dos seus detratores. Nada fora do esquadro. Twitter, Facebook e Instagram já têm servido a um tempo para essa tarefa de movimentar as militâncias. Resta saber se os efeitos dessa mobilização vão gerar novos números capazes de tornar a eleição do dia 02/10 decisiva ou apenas um primeiro capítulo da novela eleitoral.

Uma aposta é que nada de novo surgirá. Apenas a saída de Ciro Gomes traria alguma novidade imediata para o jogo. Talvez. Com o político cearense em campo não há muito espaço para grandes manobras. Será? O grosso do voto útil tende a ser captado na última semana da campanha eleitoral e, aí sim, Ciro pode repetir a votação de 2018 (provocando um segundo turno) ou definhar de vez (tal qual Marina Silva no mesmo ano). Por enquanto, as entrevistas e debates na TV servem apenas como bom combustível para as brigas homéricas nas redes sociais. Preparem-se para domingo.




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