Max Dias
Historiador, jornalista, professor do IFES Campus Linhares e Doutor em História
Publicado por: Max Dias Em: Sem categoria No dia: 9 de fevereiro de 2021
Por mais que os grandes meios de comunicação tentem não acusar o duro golpe sofrido pelas mãos de Jair Bolsonaro, a conta é bem simples: Rodrigo Maia e todo o consórcio que vinha após ele, como o ex-ministro Sérgio Moro e os jacobinos togados; o apresentador de TV Luciano Huck e a cambaleante Rede Globo, foram os principais derrotados para 2022.
Uma pesquisa eleitoral na semana seguinte após a derrota acachapante nas eleições do Congresso só exibe o impacto da tragédia e atualiza a pauta dos comentaristas dos telejornais para seguirem repetindo a cantilena reformista que o Paulo Guedes adoraria executar. Para que Sérgio Moro vença um Jair Bolsonaro no 2º turno é necessário que ele chegue lá e hoje o agrupamento que poderia lhe dar suporte pulverizou-se.
Enquanto bolsonarista arrependido Moro é refutado por uma parcela da direita e como ex-juiz suspeito de subverter a justiça contra Lula é odiado pela esquerda. Herói de ocasião, sem trajetória político-partidária, sem projeto de país alternativo a esse posto por Bolsonaro, sua candidatura é praticamente o samba de uma nota só. E para esse bloco desfilar é preciso ter mais do que está posto nesse instante. Assim, a tal Frente Ampla, de total unidade do “campo democrático” sob a liderança do consórcio que derrubou Dilma Rousseff, não deve sair da concentração para a avenida.
A revoada do DEM colocou uma crise muito séria na chamada centro-direita e o que era tácito ficou nítido: já havia um flerte muito grande do próprio Bolsonaro com blocos outrora repelidos e esses, por fim, mantiveram o processo de espera, pois sabiam que o desfile iria começar. Daí ACM Neto do alto da sua escola (de tradição familiar) cantou: “tô me guardando pra quando o carnaval chegar”. No dia seguinte publicaram em alguns jornais que o “netinho” já se colocou à disposição da vice-presidência em 2022 por vontade dos correligionários.
A Rodrigo Maia, conhecido na lista da Odebrecht como Botafogo, resta chorar sentado no plenário, bem como aguardar o retorno do seu time para o Brasileirão no ano de mais uma eleição. Porém o futuro não reserva a ele algo bom quer seja no futebol ou, principalmente, na política. Jair Bolsonaro tende a trabalhar muito no Rio de Janeiro pela derrota desse que se tornou um dos seus maiores adversários. Não se espantem se o “Botafogo” vier apenas para a disputa de estadual.