Em: Política No dia: 27 de janeiro de 2021
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) entregou, nesta quarta (27), ao procurador-geral da República, Augusto Aras, representação que pede investigação ‘urgente’ sobre a queda do Portal da Transparência. A avaria foi verificada após o portal de notícias Metrópoles ter revelado que o Poder Executivo gastou em 2020 R$ 1,8 bilhão com alimentos, sendo R$ 15 milhões somente com leite condensado. Para o parlamentar, pode ter havido interferência a fim de impedir a checagem de fatos por parte da população.
No último domingo (24), o Metrópoles publicou uma reportagem, que expunha os gastos do Executivo com alimentação. Além do valor vultoso, chamou a atenção os itens da lista de compras: somente com goma de mascar foram gastos R$2.203.681,89. Além disso, constava que o Planalto comprou leite condensado a R$160 a unidade, preço bem mais elevado do que o que é praticado nos mercados do País.
Randolfe Rodrigues salienta que o Portal da Transparência saiu do ar exatamente após denúncias de possível mau uso do dinheiro público tenha vindo à tona’. À diante, o senador questiona se ‘teria o Executivo derrubado o site do Portal da Transparência intencionalmente para que a população não pudesse descobrir ainda mais absurdos’ e pontua que resta ‘a dúvida se, nesse intervalo, banco de dados não possa eventualmente ter sido alterado, uma vez que as recentes reportagens despertaram o interesse da sociedade para investigar ainda mais os absurdos das despesas públicas’.
Em nota, o senador ponderou que é sabido que os preços praticados na venda de artigos alimentícios variam conforme a região, mas salientou que os valores apresentados na lista de compras do Planalto ‘não se justificam’. “Tudo fica pior quando o instrumento criado para fiscalizar a administração pública sai do ar justamente no dia da divulgação dos gastos astronômicos da Presidência da República”, frisou o parlamentar.
Além da investigação sobre a falha no sistema de prestação de contas do governo federal, também foi solicitado que se dê seguimento à apuração sobre a licitude das compras de alimentos pelo Executivo. “A possível tese de coincidência precisa ser seriamente investigada e rechaçada; precisamos descobrir as verdadeiras razões de restrição de acesso aos dados, legalmente públicos e de livre acesso a qualquer cidadão”, escreveu o senador na representação.