Racismo ambiental: falta de saneamento atinge mais a população negra no ES


Publicado por: Agencia de Notícias Em: Geral No dia: 21 de dezembro de 2023


Dados divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves mostram que a proporção de pessoas sem acesso aos serviços de água e esgoto é maior entre pretos e pardos.

Homens e mulheres negros são os que mais sofrem com a falta de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no Espírito Santo. Dados divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) revelam que, a cada mil pessoas sem acesso à rede de esgoto, 25,5  são mulheres brancas e 41,8, mulheres negras.

“Quando se trata de problemas ambientais, muitos acreditam que nós estamos expostos do mesmo modo, como se todos estivessem no mesmo barco. Mas estudos mostram que alguns grupos estão, sim, mais sujeitos a essas vulnerabilidades e injustiças ambientais, como a população negra e os povos originários.”
Victor de Jesus

Sociólogo, pós-doutorando em Ciências Sociais e Tecnólogo em Saneamento Ambiental

Segundo o pesquisador, essa desigualdade — observada em diferentes localidades do Brasil e do mundo —, não é uma coincidência e, sim, um dos exemplos do que estudiosos definem como racismo ambiental.  “Números estão historicamente mostrando isso. Condições que são mais desfavoráveis para grupos que são marginalizados”, pontua Victor de Jesus.