Publicado por: Agencia de Notícias Em: Saúde No dia: 27 de julho de 2022
Há 30 anos, se acreditava numa teoria que dizia o seguinte: só passamos a queimar gordura depois de 30 minutos de exercício físico. Essa ideia já foi destruída há bastante tempo, mas deve ter desestimulado muitas pessoas a praticarem exercício quando elas não tinham pelo menos 30 minutos pra fazer, porque qualquer coisa menos que isso seria insuficiente e ineficiente.
O fato é que quando iniciamos um exercício físico nosso corpo recruta logo nos primeiros segundos o carboidrato, ou seja, a glicose como primeira fonte de energia, por ser a mais rápida a ser usada. Mas, logo após, com cerca de 45 segundos, já temos a gordura sendo utilizada também, numa proporção de 50% carboidrato e 50% gordura. Com três minutos, 90% da energia utilizada no exercício vem da gordura. Depois de 5, 6 minutos, esse percentual já é praticamente de 98% nas atividades aeróbicas.
Então, nestas atividades, quanto mais tempo tiver o seu treino, mais calorias e gorduras você vai gastar. Porém, há outras variáveis que ajudam a construir essa equação. A intensidade, ou seja, o esforço que você faz para executar a atividade, também é fundamental na queima calórica e de gordura, mesmo que o treino seja mais curto. Por exemplo, você faz uma corrida de 40 minutos em um pace de 5 minutos por quilômetro, que é um ritmo confortável pra você. Mas, e se fizer uma corrida de 15 minutos, com um ritmo de 4 minutos o quilômetro? Em qual das duas corridas vai gastar mais calorias e queimar mais gorduras? Na verdade, cada tipo de treino tem suas características e promove resultados diferentes. E pesquisas divergem quanto ao tipo de treino que consegue manter o metabolismo acelerado por mais tempo: se os mais longos ou os mais intensos e curtos.
Já é senso comum que as atividades que recrutam mais grupos musculares são mais eficientes no emagrecimento. Então, corrida, natação, remo, ou exercícios que usam vários grupos musculares ao mesmo tempo, como muitos feitos em aulas de crossfit, por exemplo, são os que apresentam maior queima calórica quando se compara a uma musculação, por exemplo.
Mas, aí entra uma outra variável que também pode mexer no resultado final dessa equação, que é o ganho de massa magra, que torna o metabolismo mais eficiente em queimar gordura pelo fato do tecido muscular ser mais gastador do que o tecido adiposo. Logo, quanto mais músculos tenho, mais calorias gasto em repouso.
A fim de organizar todas as variáveis, foram criadas as zonas de treinamento, que vão de 1 a 5, e podem ser descritas da seguinte forma:
Zona 1: de 50 a 60% da sua frequência cardíaca máxima (FCM), é um treino leve, para se manter saudável e ativo. Aquela caminhada aprazível, por exemplo.
Zona 2: de 60 a 70% da FCM, é um treino ainda leve, mas que melhora sua capacidade em queimar gordura. Um trote leve.
Zona 3: de 70 a 80% da FCM, já promove melhora na performance e já não é tão fácil de executar por horas a fio. Aquele trote um pouco mais ritmado.
Zona 4: de 80 a 90% da FCM, já é um treino forte, com produção de lactato, que acontece quando há transformação da glicose em energia por já não ter mais quantidade suficiente de oxigênio. A respiração fica ofegante. É uma corrida intensa e não muito longa.
Zona 5: de 90 a 100% da FCM, é um treino exaustivo que você não consegue sustentar por muito tempo. É ótimo pra melhorar a capacidade aeróbica, mas respiração e músculos ficam exaustos em pouco tempo. É um tiro de corrida de 2 minutos.
Para calcular sua frequência cardíaca máxima basta subtrair de 220 a sua idade.
Lembre-se: não importa o treino que escolha, a regularidade é a variável mais importante. Se você tem 10, 20 ou 100 minutos, apenas faça. Qualquer minuto conta, e muito!
Fonte: O Globo