Realizar um sonho, acreditar na ideia, aplicar seu conhecimento de modo prático, conquistar independência financeira e ter seu próprio negócio. Esses desejos, que também se apresentam como desafios para muitas pessoas, mobiliza mulheres do mundo inteiro. E em Vila Velha não é diferente. Por isso, no “mês das mulheres”, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico preparou um ciclo de palestras sobre empreendedorismo feminino, cuja programação teve início na manhã desta quarta-feira (01/03), no Shopping 04 de Março, na Glória. O evento contou com a participação da consultora do Sebrae Fernanda Gomes, que palestrou sobre o tema “Mulheres Empreendedoras”.

“Mulheres empreendedoras captam recursos e capital de giro, agregam valor aos investimentos, produzem bens e serviços, geram empregos e impulsionam a economia. Não por acaso. Mulheres são resilientes, persistentes, forjadas na luta e em meio a todo tipo de adversidade. O fato é que, hoje, metade dos negócios próprios no Brasil é mantido por mulheres e, de acordo com Glenda Amaral, presidente do Unigloria, cerca de 70 a 80% dos empresários que atuam no Polo de Modas da Gloria são mulheres”, salientou a palestrante.

Metas e oportunidades

Fernanda Gomes falou, ainda, sobre o sistema de meta “Smart, que define um alvo específico, mensurável, tangível, relevante e temporal. Também pontuou a importância de estar de olho nas oportunidades de negócio, nas necessidades do mercado do local e na capacidade de oferta. “Para competir no mercado é necessário sair em busca de informação, ir a campo, conversar, levantar dados e conhecer de fato o que se pretende implantar. Outro item é o planejamento. As mulheres tendem a ser mais organizadas e cautelosas, pois são detentoras de grande inteligência emocional e aptidões sociais. Trabalhando com todas essas habilidades, as coisas ficam menos difíceis para as empreendedoras”, defendeu.

E ela completou: “Segundo o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, a taxa de sobrevivência dos empreendimentos criados por mulheres é maior, porque em média, as mulheres são mais calculistas. Elas calculam os riscos com maior atenção, fazem todo o dever de casa, analisam tudo em detalhes, planejam e só então empreendem até vencer os desafios que as limitam”.

Aprendizado

Em sua palestra, Fernanda Gomes também abordou questões envolvendo qualidade e eficiência; comprometimento; perseverança; flexibilidade e experimentação. Segundo ela, na busca pelas realizações, nem sempre tudo dá certo. “Mas em geral, a resiliência feminina permite que os insucessos sejam revertidos em aprendizado e oportunidade de crescimento”, afiançou.

Ao todo, 25 mulheres assistiram a palestra sobre empreendedorismo feminino, entre elas Amel Aboul, dona da loja Balãozinho, que existe há 28 anos na Glória. “A apresentação foi esclarecedora e motivadora, pois mesmo com tanta experiência em mercado, a gente sempre se depara com uma ou outra situação que não sabemos lidar ou proceder, sem ferir o direito do consumidor e sem prejudicar a empresa”, disse ela.

Agenda de palestras

A segunda palestra do ciclo “Mulheres Empreendedoras” acontece no próximo dia 11, de 9h às 11h, no Centro de Referência da Juventude (CRJ), situado na Rua Barra de São Francisco, nº 160, em Terra Vermelha. Lá, além da palestra presencial, as mulheres empreendedoras da região receberão vários serviços, como atendimento a MEIs, consultoria jurídica e acesso ao Nossocrédito.

No dia 16 de março, no período de 08h às 11h, o ciclo de palestras continua na Avenida Vitória Régia, nº 1.476, no bairro Jardim Asteca, onde haverá palestra presencial, atendimento a MEIs, agentes de crédito, consultores jurídicos, cabelereiros, manicures e “Dia de Beleza” com a participação de maquiadores. Por fim, no dia 18, as mulheres empreendedoras da região de Cobilândia também serão atendidas de 14h às 18h, na Loja Império Rosa, localizada na Rua Bonfinópolis, nº 1.138, com palestra presencial, atendimento a MEIs e agentes de crédito.

Capacitação

“O empreendedorismo feminino desempenha um papel de elevada importância no mundo moderno, pois reduz as diferenças de oportunidades de crescimento na carreira profissional entre homens e mulheres, além de favorecer a diversidade dos negócios com iniciativas viáveis e inovadoras. Estudos revelam que as mulheres ingressam no empreendedorismo movidas principalmente pela necessidade de independência financeira, sendo que 45% delas se habilitaram para o exercício da atividade por meio de cursos de formação e/ou de capacitação em empreendedorismo”, afirma Everaldo Colodetti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha.

Empreendedorismo feminino

Para Danielle de Deus, diretora da Vila do Empreendedor, o mês das mulheres é um momento de reconhecimento dos avanços históricos e sociais conquistados pelas mulheres em todo o mundo, especialmente no Brasil: “O crescimento do empreendedorismo feminino em nosso país é um dos avanços mais importantes. E o ritmo deste crescimento vem aumentando, pois o empreendedorismo ainda é a melhor opção das mulheres para garantir renda e independência financeira nos tempos atuais”.

A diretora também informou que, de acordo com dados do Sebrae, 55,5% das novas empresas criadas no período de pandemia foram abertas por mulheres, sendo que 57% delas se enquadram no MEI e 54%, no segmento de serviços. “A maioria das empreendedoras trabalha em casa e em negócios voltados às áreas de alimentação, moda e beleza. No Brasil, o número de mulheres que comandam seus próprios negócios já ultrapassou aos 9,4 milhões. Juntas, elas representam 35% de todos os empreendedores do país”, finalizou.