Organizações e protetores de animais de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, cobram o funcionamento do castramóvel – ferramenta já utilizada em diversas cidades brasileiras como estratégia de controle reprodutivo dos animais de rua. Apesar de já contar com o equipamento, a prefeitura ainda não tem data para que o funcionamento comece no município, onde organizações estimam ter mais de 5 mil animais pelas ruas.
“O castramóvel é um trailer que vai nas comunidades porque a população carente não tem como pagar a castração, não tem como pagar um carro, então é uma ferramenta importante. Selma Gomes – Presidente da Ong Amacaxu “
“São milhares de animais. Os protetores estão cansados porque, por mais que façamos, o número de animais só vai se multiplicando e exaurindo todos nós. Não tem bolso que dê conta. Se nós não trabalharmos na raiz do problema, que é a educação do povo, a gente não tem o que fazer”, aponta Selma.
Valdeia Gardiolli também é moradora de Cachoeiro e abriga 16 animais, todos resgatados da rua. Por conta da falta de apoio e estrutura, porém, ela relata que não consegue mais abrigar nenhum animal.
“Infelizmente o resgate não tem mais como ser feito […] O menor valor que você poderia conseguir hoje em uma castração é de R$ 500 a R$ 600 reais. O que mais a gente vê são cadelas com os filhotes sendo abandonadas e, muitas vezes, em locais sem acesso para resgate”, relata.
Em relação ao castramóvel, no dia 5 de janeiro deste ano, a Prefeitura de Cachoeiro tinha informado que aguardava o equipamento do fornecedor em até 90 dias. Porém, o equipamento não foi colocado em operação porque, quando chegou, verificou-se a necessidade de adequações.
Procurada novamente no último dia 4 de outubro, o município informou que todos os reparos já haviam sido realizados, mas a operação agora aguardava um projeto aprovado pelo Conselho Federal De Medicina Veterinária para funcionar e que estão buscando empresas para realizarem as cirurgias de castração. “Nossos técnicos veterinários estão finalizando os detalhes para a entrega final ao conselho”, responderam por meio de nota.