O embate na Comissão de Segurança da Assembleia do ES


Publicado por: Lorena Giordina Em: Política No dia: 3 de fevereiro de 2021


Danilo Bahiense é delegado aposentado da Polícia Civil.

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), definiu que existem “fios desencapados” após a eleição da Mesa Diretora da Casa. E uma delas está relacionada à Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado.

No biênio de 2019/2020, o grupo foi comandado pelo Delegado Danilo Bahiense (sem partido). Com o policial civil aposentado, a comissão conseguiu aumentar a produtividade. Segundo a transparência da Casa, o colegiado, no biênio 2019/2020, acumulou 1.874 ofícios enviados (contra 384 de 2017/2018), 28 audiências públicas (contra 8 do biênio antecessor), 26 reuniões com entidades de classe (contra nenhuma anteriormente), além do envio de 192 indicações às autoridades (contra 4 anteriores).

Bahiense, do grupo dos independentes e eleito pelo PSL (mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro à época), é visto pelos colegas com oposição moderada. Não faz discursos pesados, como Lorenzo Pazolini (Republicanos) – hoje, prefeito de Vitória – e Capitão Assumção (Patriota), e dialoga com o governo, enfatizando que tem uma ótima relação com o líder Dary Pagung. Quando necessário – na maioria dos casos –, votou favorável à gestão do ninho do PSB.

O delegado aposentado se coloca como postulante a se manter à frente da comissão, mas a preferência do governo se dá por Luiz Durão (PDT), ainda que tenha envolvimento com um controverso caso de denúncia de estupro, do qual foi inocentado. Uma polêmica de um assunto do qual um colegiado como esse discute.

O que move o governo a ter uma preferência por Durão (PDT) é justamente a produtividade obtida por Bahiense. Com isso, o colegiado teve ebulição com denúncias concretas, como na situação em que foi revelada que diretores de presídios, condenados em segunda instância por tortura, ainda estavam nos quadros da Sejus, além de cobranças das entidades de classe do segmento, que utilizaram do espaço conferido seja para a sociedade e aos servidores para se expressarem, especialmente na cobrança por recomposição salarial. Sem contar os problemas expostos dos policiais, dos bombeiros, dos inspetores penitenciários e dos agentes socioeducativos.

Por vezes, os gestores também tiveram de explicar em audiências públicas e reuniões ordinárias como estavam o policiamento e políticas para promoção da defesa social. Até mesmo uma iniciativa inédita da Assembleia deu à luz a estrutura do policiamento ao longo das Eleições 2020. Em todas as situações, até mesmo nas mais espinhosas, Bahiense permitiu que o governo atuasse e se explicasse, evitando constrangimentos.

A segurança pública é uma pauta que se reforçou nas eleições do ano passado. E, certamente, ter o controle dessa temática é fundamental para quem deseja ser eleito (ou reeleito).