Em: Variedades No dia: 8 de julho de 2020
Nos anos 1960, principalmente no cinema italiano e francês, os filmes em esquetes viraram a norma. Mesmo os maiores – Luchino Visconti, Jean-Luc Godard, etc. – deixaram sua marca na tendência. O Brasil entrou tardiamente na onda, quando ela já retrocedia no exterior. Em 1966, surgiram As Cariocas. O filme em três episódios foi realizado por Roberto Santos, Walter Hugo Khouri e Fernando de Barros. É a atração da quarta, 8, no Canal Brasil, às 13h40.
O mais curioso é que os perfis dessas cariocas são realizados por paulistas (Khouri e Santos) e até por um cineasta de origem portuguesa radicado em São Paulo (Barros). Os episódios foram escolhidos por Stanislaw Ponte Preta/Sérgio Porto, a partir de contos de sua antologia de mesmo nome. Dois são verdadeiras joias.
Khouri conta, com economia e elegância, a história de uma garota de programa de Copacabana. Jacqueline Myrna é quem faz o papel. Khouri estava na sua fase “Antonioni”. Os temas são solidão, incomunicabilidade e o olhar sobre a cidade. Santos cria, com grande riqueza de observação, o que parece um documentário. Duas mulheres lavam o carro, no subúrbio. As roupas colam ao corpo, cria-se o alvoroço. Embora curtos, são filmes que pertencem à história. As atrizes são duas das chamadas (na época) “certinhas do Lalau”, Íris Bruzzi e Esmeralda Barros.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.