Publicado por: Redação Em: Política No dia: 17 de setembro de 2025
Nessa terça-feira (16), os vereadores de Cachoeiro aprovaram o auxílio gasolina de R$1,6 mil por mês para eles próprios utilizarem. A medida caiu na boca do povo e virou polêmica na mesma hora. Mas não há motivo para tanto, por algumas razões, tanto de trabalho, quanto de ordem financeira e orçamentária.
Muito embora a atuação do vereador seja prevista para o âmbito municipal, não é novidade que eles precisam estar quase que semanalmente em Vitória, capital do Espírito Santo (uma média de 260km ida e volta), em busca de recursos e novos projetos para Cachoeiro, dialogando com deputados e membros do Governo do Estado. Além disso, como se sabe, Cachoeiro não é uma cidade pequena. Tem um território grande e muitos distritos. E o parlamentar precisa estar em todos eles, seja para fiscalizar obras e serviços, seja para ouvir a população e receber suas demandas. Tudo isso, hoje, é feito com o carro e as despesas custeadas pelo próprio vereador. Ele é quem paga gasolina e manutenção do seu veículo, que utiliza para trabalhar pelo município.
Além disso, o auxílio gasolina não gera despesa exorbitante aos cofres públicos. Pelo contrário. Se todos os 19 vereadores utilizarem os R$1,6 mil por mês de gasolina, o custo vai ser de apenas R$30.400. E isso se todos usarem o máximo. Porque o limite é R$1,6 mil, mas pode ser que não utilizem nada. Então, com o custo de R$30 mil e a possibilidade de trazer recursos de mais de R$1 milhão, é um investimento que vale a pena.
A polêmica talvez tenha sido mais pela forma do que pelo conteúdo. Os vereadores tentaram enganar a população, votando o projeto às escondidas. Há quem diga que a presidência e a mesa diretora confiaram piamente que ninguém sequer ficaria sabendo. Ledo engano. No dia seguinte, o auxílio estampou as manchetes dos sites de notícias e ganhou destaque no jornal da hora do almoço da TV Gazeta.
Ficaria muito mais bonito vir a público e explicar as razões pelas quais estavam adotando essa medida. Mas, não. Acharam que o povo e a imprensa são bobos e eles, os espertos. E, ao que parece, sumiram todos. Entraram debaixo da mesa. Vão esperar a poeira baixar para voltar à cena, confiantes de que daqui a três anos a população já nem se lembrará mais. É provável.
Um projeto tão pequeno, de impacto financeiro tão baixo, poderia passar sem todo o desgaste que está tendo, se houvesse transparência de verdade. Mas preferiram o pior caminho. Seja lá qual for o tal caminho, pelo menos, agora, a gasolina quem paga não são eles.