Essa semana, um vídeo feito por um morador de Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, acabou viralizando e ganhando destaque na imprensa: trata-se da conclusão de asfaltamento de uma pista nova, feito pela prefeitura, onde os postes estão posicionados de maneira irregular, bem no meio da via.

Acontece que, por mais bizarro que pareça, é um problema comum em muitas cidades do Espírito Santo. E o motivo é simples: a responsabilidade por fazer a realocação dos postes é da concessionária de energia elétrica, a EDP, não do município. E aí, cada prefeitura vive o seu dilema.

No caso de Presidente Kennedy, a prefeitura explicou que fez até Boletim de Ocorrência na Polícia, antes da conclusão das obras. É o que acontece em muitos outros municípios. E é aí que reside o dilema: licitar uma obra é um processo trabalhoso, demorado, burocrático, e quando uma obra é finalmente licitada, existe o anseio da própria população para que ela tenha início o quanto antes, mas aí a prefeitura teria que esperar a realocação dos postes antes de dar início aos trabalhos? Imagine só que, se dependesse disso, as obras naquela via sequer teriam iniciado.

Quem lida com servidores públicos de várias cidades sabe que muitos deles estão até com medo de que os casos em seus municípios também sejam expostos, porque é mais comum do que se imagina, ainda mais em estradas do interior que eram sem qualquer tipo de calçamento e, após obra de alargamento e pavimentação, ficam maior e existe a necessidade de realocação dos postes, o que nem sempre acontece em tempo hábil.

A verdade é que o ocorrido em Presidente Kennedy expõe uma fragilidade na relação entre o Poder Público e a concessionária de energia elétrica, não só por lá, mas em diversas outras regiões.

A bola da vez foi Presidente Kennedy, mas poderia ter sido qualquer outra cidade. E quem conhece as realidades do município sabe.