Notícia extremamente triste, que deixa qualquer um abalado: pai e filho morrem em acidente de carro. É uma daquelas que fazem qualquer um refletir sobre tudo na vida. Quando o contexto te leva a crer que poderia ter sido evitada então, a situação é ainda pior.

Leonardo Dutra, de 34 anos, e seu filho mais novo foram as vítimas de um modelo de trânsito que mata no Brasil uma pessoa a cada 15 minutos, segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária. Mas o local onde tudo aconteceu nessa terça-feira acende um alerta: a estrada é péssima e o é município rico, com condições de cuidar para que tragédias como essa não aconteçam.

A rodovia ES-162 liga a BR 101 a Presidente Kennedy e é o principal acesso ao município. O estado da pista é vergonhoso. Cheia de remendos, asfalto em péssima qualidade, longos trechos sem qualquer tipo de acostamento.

A prefeitura parece lavar as mãos. Diz que é competência do Estado e dá de ombros, apesar de possuir em caixa cerca de R$ 1,4 bilhão de reais. Quantia suficiente para asfaltar novamente, duplicar, sinalizar, fazer o que for preciso com a rodovia, que tem cerca de 15 quilômetros.

A condição da pista deveria causar vergonha para quem governa a cidade. É um cartão de visita nada atraente. E além de feia, é perigosa.

Além de toda a precariedade, existe a imprudência e imperícia de muitos motoristas. Quem já transitou com alguma regularidade por ali sabe: os motoristas andam em altíssima velocidade, inclusive com carros da prefeitura, fazem curva na contramão e desrespeitam as mínimas leis do trânsito. Soma-se a isso, ônibus em péssimas condições circulando diariamente.

A causa do acidente que vitimou pai e filho, agora, não importa. Ainda mais no local onde foi: um local horrível, mal sinalizado e mal posicionado, que deveria ter no mínimo um trevo.

A tragédia de hoje deveria servir para alertar motoristas e motociclistas que utilizam a rodovia diariamente, mas poderia comover ainda mais as autoridades competentes para resolver uma situação que pode ser solucionada. Porque o principal e mais difícil já existe: o dinheiro. Falta boa vontade.