Apesar de sites desconhecidos do Rio de Janeiro – que, provavelmente,  integram um exército digital para atacar políticos e autoridades – tentarem desgastar figuras públicas que sequer são citadas no Inquérito Policial 004/2024 da Polícia Civil, que apura suposto uso de laranja em empreiteira para enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, relatório de investigação aponta o miliciano Gilbert Wagner Antunes Lopes, o Waguinho Batman, como o principal investigado. No ambiente das milícias digitais, criadas para atacar a honra de autoridades e desviar focos de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, o IP 004/2024 é conhecido também como o ‘INQUÉRITO DO LAVADOR DE CARROS DE MARATAÍZES/ES”.

Waguinho Batman está foragido da Polícia capixaba desde junho de 2024, depois que teve e prisão decretada pela Justiça pela acusação de mandar matar o vereador Marcos Augusto Costalonga, 49 anos, conhecido como Marquinhos da Cooperativa (Presidente Kennedy/PL).

Relatório da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil, firmado em 6 de março de 2025, sobre o caso do “Laranja de Marataízes” afirma que:

“Gilbert Wagner é o principal investigado neste inquérito e é considerado o líder das atividades ilícitas que envolvem a empresa SHARK. Sua posição como sócio majoritário e sua relação familiar com outros sócios indicam que ele utilizou a empresa como uma fachada para a prática de crimes, incluindo fraude, uso de documentos falsos e homicídio.”

Relata ainda que “GILBERT WAGNER é conhecido por sua extensa trajetória criminosa, que inclui condenações por diversos delitos graves, destacando:

Art. 297, CP (Falsificação de documento público);

Duas condenações pelo Art. 14 da Lei 10.826/03 (Posse ou porte ilegal de arma

de fogo de uso permitido):

Art. 121 c/e Art. 14, II, CP (Homicidio tentado);

Duas condenações pelo Art. 121, CP (Homicidio):

Essas informações foram extraidas do sistema de cadastro de antecedentes criminais (INFOPEN-ES), que indicam que GILBERT WAGNER já cumpriu pena por alguns desses crimes.”

Os investigadores da Polícia Civil concluem a análise relatando que “A liderança de GILBERT WAGNER na empresa SHARK sugere que a entidade foi amplamente utilizada para acobertar atividades criminosas. Sua posição central no esquema, aliada ao uso de familiares e ‘laranjas’, reforça a necessidade de aprofundamento das investigações e captura do foragido.”

Waguinho Batman está foragido desde 10 de junho de 2024. Desde então, vem tentando confundir as autoridades com notícias falsas, uso da Inteligência Artificial, criação de links e perfis falsos nas redes sociais e diversas outras artimanhas dignas de um perigoso fugitivo da Justiça.

Recentemente, o Batman teve uma pronúncia confirmada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo pelo crime de homicídio, no processo nº 0017864-39.2011.8.08.0011 – a vítima foi um comerciante identificado como Gelivon e o crime ocorreu em 23 de setembro de 2011, em Cachoeiro de Itapemirim. Em seu voto, acompanhado pela unanimidade dos desembargadores, o desembargador relator, Fernando Zardini, da 1ª Câmara Criminal, descreve “a crueldade com que o miliciano foragido matou a vítima”, conforme segue:

“que este popular disse que a pessoa de GELIVON realmente estava morta, havia sido assassinada por VAGUINHO e que VAGUINHO a teria matado enforcada com uma toalha e um cabo de vassoura; que tal popular prestou tal informe com base em conversa que teve com o próprio VAGUINHO, antes deste ser preso; que segundo o popular, nesta conversa, VAGUINHO havia mais pessoas escutando; que VAGUINHO disse ainda, que no momento do crime, GELIVON implorava para não morrer e que pagaria o prejuízo a VAGUINHO; que VAGUINHO contou ainda que afrouxava um pouco a toalha e em seguida, apertava novamente, dando a entender que queria fazer GELIVON sofrer bastante; que GELIVON, após morto, teria sido enterrado na localidade de GOMES, em ITAPEMIRIM/ES; que inclusive, VAGUINHO informara que o esquartejou antes de enterrá-lo”

Na próxima terça-feira (10/06), Waguinho Batman completará um ano foragido da Polícia Civil capixaba. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do vereador Marquinhos da Cooperativa, crime ocorrido no dia 27 de maio de 2021, na zona rural de Presidente Kennedy, no Sul do Espírito Santo.

Em 10 de junho de 2024, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão para prender os assassinos. Waguinho, entretanto, conseguiu fugir e não foi localizado em sua casa, em Marataízes.  Além de Waguinho Batman, foram denunciados os executores do assassinato Douglas da Silva Nunes, o Guigo; Pedro Romão Baptista e Rafael Miranda Louzada, o Gardenal; o intermediário entre o mandante e os executores, Elan Martins, vulgo Elan Tatuador (o ‘Laranja’); e Everaldo de Almeida Neto, o Bambu. Todos os denunciados já viraram réus e podem ir a Júri Popular em breve.