É da natureza humana querer reagir, muitas vezes de forma enfática, a eventuais injustiças impostas a nós. Com o passar dos anos, no entanto, algumas coisas acabam perdendo relevância e as opiniões externas de quem nem nos conhece deixam de ter valor. Afinal, cedo ou tarde a verdade vem à tona, e prevalece a máxima popular: o tempo é o senhor da razão.

Há cerca de um ano, por exemplo, o então secretário estadual de Agricultura, Mário Louzada, via seu mundo estremecer. Uma servidora da pasta que ele chefiava apresentou denúncia, acusando-o de assédio sexual no ambiente de trabalho. Mário perdeu o cargo, sumiu do cenário e precisou enfrentar a investigação feita pela Polícia Civil, além do pré-julgamento popular. Pois bem. O tempo passou e a polícia pediu ao Ministério Público que a denúncia fosse arquivada, por não haver qualquer indício que comprovasse o fato.

Desde o início, Mário Louzada vem insistindo em sua inocência. Não é fácil. Uma denúncia dessa deixa feridas difíceis de cicatrizar. Mas quem é acusado injustamente não costuma desistir. E o ex-secretário agiu de maneira correta: não fez alarde, foi firme em seus posicionamentos e confiou que com o passar do tempo, as coisas iriam se esclarecer e ele poderia voltar à sua rotina de trabalho normalmente. E foi o que aconteceu. Agora inocentado de uma denúncia que sequer virou processo, por ausência de fundamento, Mário Louzada retorna ao governo como diretor do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).

A nomeação de Mário Louzada foi publicada no Diário Oficial dessa segunda-feira (8). Ele pode voltar de cabeça erguida, como servidor público exemplar que sempre foi, como quando comandou o Idaf e a própria Secretaria de Agricultura do ES, além de diversos outros cargos durante sua trajetória.

O homem público estará sempre sujeito a investigações e denúncias. Os que mantiveram suas condutas irrepreensíveis, por mais que sofram momentaneamente, conseguem dar a volta por cima.