Publicado por: Redação Em: Polícia No dia: 7 de dezembro de 2020
Segunda-feira, sete de dezembro, quinto dia útil do mês, do último mês do ano, calor escaldante, típico para Cachoeiro de Itapemirim. Centro da cidade movimentado, como de costume. São 18h10 e o barulho que dá para escutar de longe não deixa dúvidas: é mais um acidente entre carro e moto. O local? O encontro entre a rua 25 de março e a Dona Joana.
Não adianta um semáforo em cada saída das ruas. Eles estão ali, aparentemente, apenas fazendo figuração. Se a luz acesa é a vermelha ou verde, pouco importa. A prioridade é não bater, porque a sensação que se tem é que ninguém mais respeita os semáforos em Cachoeiro de Itapemirim.
E isso se aplica também aos trevos. Esqueça toda a teoria da autoescola. Nada serve. No trânsito da vida real, motoristas e motociclistas ignoram o outro, e é como se fosse uma disputa pela honra da família: levar alguma vantagem no trânsito é ser o maioral.
Enquanto isso, acumulam-se em leitos hospitalares pessoas que parecem ter preferido perder até mesmo a vida do que esperar alguns segundos para o sinal abrir. O pior é quando alguém que não tem absolutamente nada a ver com a psicopatia alheia acabar sendo vítima do tal motorista esperto, malandro o suficiente para ser regrado por um semáforo.
Seta? Nem pensar. É como se sinalizar a direção que o veículo vai tomar fosse dar satisfação da sua vida para algum desconhecido. Ele que se vire para saber o que vai acontecer, a seta não vai rolar, definitivamente.
Em Cachoeiro, só existe um motorista e motociclista bom de verdade: você. Todos criticam o trânsito e falam que as pessoas não sabem dirigir, como se clamassem no deserto a atenção para algo que elas não enxergam em si. Sabe aquele momento em que você fez algo e se sentiu um bom motorista? Talvez tenha sido apenas mais um babaca no trânsito.