Líder do governo pediu dinheiro para empresário investigado pela PF por lavagem de dinheiro, aponta relatório

Eduardo Gomes foi flagrado em mensagens com empresário investigado pela PF

Publicado por: Agencia de Notícias Em: Política No dia: 28 de julho de 2022


A Polícia Federal encontrou mensagens do senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso, fazendo pedidos de depósitos bancários a um empresário. Procurado, ele nega qualquer tipo de irregularidade. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, as mensagens foram encontradas no celular do empresário Jorge Rodrigues Alves durante a Operação Lavanderia. A ação foi deflagrada para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins.

Nas mensagens, foram encontrados comprovantes de depósitos a pessoas indicadas pelo senador. A PF ainda solicita o envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), pois envolve um parlamentar com foro privilegiado.

“Há, por fim, diversas conversas entre Jorge e o senador Eduardo Gomes, indicando que Jorge aparentemente paga contas para o senador e lhe envia dinheiro, assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”, afirmou a entidade em nota.

Segundo o jornal O Globo, o empresário prestava contas a Eduardo Gomes sobre os depósitos solicitados. Um mulher e até mesmo um assessor parlamentar foram usados para receberem dinheiro destinador ao senador.

Em abril de 2019, o Jorge Rodrigues Alves, que atua nos setores de construção civil e iluminação, pediu ajuda ao senador para adiar uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que mudaria especificações de luminárias no sistema de iluminação pública no Brasil. “Portaria 20 do Inmetro. Precisa ser URGENTEMENTE suspensa ou adiada”, escreveu o empresário.

Alves afirma ao parlamentar, nas mensagens, que sua empresa acabaria desclassificada de uma disputa de um contrato público se fosse aprovada a nova portaria do Inmetro. Gomes, então, afirmou que tentaria conversar no Ministério da Economia e até mesmo poderia trabalhar na demissão de Angela Flôres, então presidente do Inmetro.

Procurado pela publicação, Gomes afirmou que é amigo do empresário há mais de duas décadas, mas se defendeu das acusações. “Jamais houve qualquer pagamento ou repasse ao senador Eduardo Gomes nos casos questionados. As mensagens trocadas são autoexplicativas: tratam-se de pedidos de empréstimos a um amigo, mas que não se efetivaram. Assim como não houve qualquer intermediação ou negócio irregular”, escreveu.

Por meio de uma assessoria, o empresário Jorge Rodrigues Alves declarou que não vai comentar investigações que correm sob sigilo.