Publicado por: Agencia de Notícias Em: Economia No dia: 2 de junho de 2021
A mãe de Jefferson Valentin, agente fiscal de rendas do Estado de São Paulo, teve o auxílio emergencial concedido, mas, após o pagamento de duas ou três parcelas, deixou de receber o benefício porque contraiu a Covid-19, passou 50 dias no hospital e morreu por causa da doença.
Valentin sempre incluiu a mãe como dependente em sua declaração de Imposto de Renda, mas teve problemas este ano. Quando transmitiu a declaração, a Receita Federal exigiu a devolução dos valores do auxílio recebidos por sua mãe.
— Devolvi, sem ter recebido totalmente, e a declaração ficou “em processamento”. Agora, apareceu a inconsistência de que tenho que declarar o valor devolvido como rendimento tributável. Ou seja, tenho que pagar imposto sobre o valor que já devolvi e que minha mãe nem chegou a receber – queixa-se Valentin.
Valentin não é o único contribuinte atormentado por cobranças do governo de um benefício que não recebeu.
A entrega da declaração do Imposto de Renda este ano, cujo prazo se esgotou na última segunda-feira, virou um tormento para muita gente que teve o CPF incluído indevidamente entre os beneficiários do auxílio emergencial no ano passado.
A Receita diz que a solução do problema passa por uma denúncia de irregularidade ao Ministério da Cidadania.
Ao tentar enviar sua declaração do IR 2021, o professor de economia da FGV de São Paulo Cleveland Prates foi notificado, por uma mensagem do sistema da Receita de que havia uma pendência relativa ao auxílio emergencial.
Ele teria que pagar R$ 600 até 31 de maio, data limite para a entrega da declaração, sob pena de ter o nome inscrito na Dívida Ativa da União.