Em: Economia No dia: 21 de dezembro de 2020
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 1,2% em dezembro ante novembro, para 72,1 pontos. Foi o quarto crescimento consecutivo do ICF e o maior resultado desde maio de 2020 (81,7 pontos), auge da crise causada pela pandemia de covid-19. Apesar da recuperação, este foi o pior mês de dezembro da série histórica, segundo a CNC.
Em relação a dezembro de 2019, o ICF registrou retração de 25,1%, a nona redução nesta base de comparação. O índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que vem acontecendo desde abril de 2015 (102,9 pontos).
“Os resultados do ICF mostram que as famílias reforçaram sua confiança na recuperação econômica. Essa melhora nos indicadores de curto prazo já está influenciando as expectativas de longo prazo, tanto que a Perspectiva Profissional para o próximo semestre apresentou o maior crescimento no mês”, destaca a economista da CNC Catarina Carneiro, em nota oficial.
Na avaliação por faixa de renda, as famílias com renda acima de dez salários mínimos revelaram nível de insatisfação de 82,6 pontos, com aumento mensal de 1,4% e queda anual de 26,2%. Para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador atingiu 70,1 pontos, representando insatisfação. No mês houve avanço de 1,2% na confiança nessa faixa de renda, enquanto na comparação anual houve recuo de 24,8%.
O subíndice que mede a satisfação dos brasileiros com relação ao emprego atual teve um crescimento mensal de 0,6%, o quarto seguido. Apesar desse avanço no mês, o patamar atingido foi de 88,1 pontos, revelando que as famílias seguem insatisfeitas neste item.
A maior parcela das famílias (52,2%) demonstrou uma Perspectiva Profissional negativa em dezembro deste ano, mas o porcentual de famílias com perspectiva positiva em relação ao futuro do mercado de trabalho (39,1%) foi o mais alto desde maio. O item obteve variação positiva de 3% em dezembro de 2020, a quinta consecutiva, e foi o de maior crescimento do mês.
As famílias, em sua maioria, consideraram que em dezembro de 2020 o Nível de Consumo Atual foi menor do que no ano passado (59,2%). A parcela das famílias que considerou que houve aumento em seu consumo (14,2%) atingiu o maior porcentual desde maio (15,4%).
O momento para compra de duráveis apresentou a segunda queda seguida (-0,2%), a única do mês. Foi a queda mais expressiva dentre os itens no mês na comparação anual (-41,0%). Com isso, o indicador atingiu o nível de 43,6 pontos, o menor subíndice da pesquisa no mês.
A maioria das famílias (55,7%) acredita que vai consumir menos nos próximos três meses. Por outro lado, subiu o porcentual das que pretendem consumir mais (23,1%), alcançando a maior proporção desde maio de 2020 (26,5%). O subíndice registrou crescimento mensal de +1,0%, o segundo consecutivo.
“A recuperação da expectativa de consumir em dezembro demonstra que as melhoras nas percepções em relação às condições de consumo estão incentivando as famílias a ficarem mais confiantes em relação ao seu poder de compra futuro”, diz a CNC em nota.