Publicado por: Agencia de Notícias Em: Geral No dia: 24 de fevereiro de 2023
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) realizou, durante o Carnaval, uma operação de fiscalização no Arquipélago das Três Ilhas. A ação contou com o apoio da Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo e teve como objetivo verificar se os visitantes estavam cumprindo as regras de uso do local, que faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, em Guarapari.
“Foram abordadas as embarcações e turistas que estavam no local, com explanação das regras de utilização”, explicou o servidor do Iema que participou da operação, Marcelo Nascimento. As regras básicas da Três Ilhas são: não acampar, não usar fogo, seja em fogueiras ou churrasqueiras, e não deixar lixo no local.
Além disso, é proibido pescar no polígono que engloba as ilhas de Guarema, Leste-Oeste, Guanchumbas, Cambaião e Quitongo, iniciando a uma distância de 100 metros cada uma delas. Nessa faixa, todos os tipos de pesca são proibidos, desde a pesca subaquática, pesca com linha de mão, vara ou molinete, realizadas a partir do costão rochoso ou de embarcações, incluindo a modalidade de pesque e solte.
A restrição da pesca nessa área é para garantir um espaço que sirva de criadouro natural, onde os indivíduos possam crescer, se reproduzir e repovoar tanto o Arquipélago das Três Ilhas quanto as ilhas e os demais habitats do entorno. Isso garante a conservação das espécies e a sustentabilidade da pesca artesanal local e das atividades de turismo ecológico sustentável, cujo principal ativo é a diversidade biológica e a beleza cênica do local.
Para mais informações sobre o zoneamento ambiental da APA de Setiba, clique: https://iema.es.gov.br/APA_Setiba
Saiba quais são as atividades proibidas no Arquipélago das Três Ilhas:
– Tocar e coletar organismos marinhos;
– Pesca;
– Jogar lixo;
– Cortar a vegetação;
– Som (música) tanto nas embarcações quanto nas ilhas do arquipélago;
– Acampamento: corte de vegetação para abertura de clareiras para colocar as barracas de camping. Além da destruição da vegetação nativa, as clareiras favorecem a proliferação das gramíneas exóticas invasoras e a erosão do solo, que fica exposto e é carreado para o mar, especialmente quando o terreno apresenta declividade. Nas Três Ilhas, a faixa de solo é muito fina, por isso, sua perda é crítica e representa um impacto significativo para o ecossistema local;
– Falta de banheiros: as pessoas devem ter consciência da falta de banheiros nas Três Ilhas, ficando proibidas as necessidades fisiológicas na unidade de conservação, pois causa do mau cheiro e da poluição do local;
– Uso do fogo e churrasco: aumenta o risco de incêndio. No ano de 2014, perdeu-se o controle do fogo de uma churrasqueira. Devido às rajadas de vento, toda vegetação da Ilha do Cambaião foi queimada. Com a queima da vegetação nativa, houve grande proliferação das espécies exóticas invasoras (gramineias e piteiras);
– Restos de comida: descarte de resto de carnes e demais alimentos atrai grande quantidade de urubus, que podem estar competindo por espaço (para ninhos) com as espécies nativas;
– Pesca: a captura de grande quantidade de peixes recifais, na maioria das vezes juvenis, já que a área é um berçário, provoca redução da população e contribui para o declínio populacional de muitas espécies.