Em: Economia No dia: 3 de dezembro de 2020
O Ibovespa conseguiu andar, mas ainda não se firmar, na casa dos 113 mil pontos no terceiro dia consecutivo de valorização. Quase no fim da sessão, a notícia de que a farmacêutica Pfizer pretende reduzir pela metade os envios de doses da vacina em relação ao que tinha inicialmente planejado por problemas em suprimentos, fez o índice Bovespa desacelerar o ritmo para fechar aos 112.291,59 pontos e alta de 0,37%. O giro financeiro foi de R$ 39,6 bilhões.
Durante toda a sessão foi o otimismo externo, que segue pautado pela expectativa de mais injeção de liquidez, e mantém os principais índices do mercado acionário americano nas máximas históricas, que deu novamente a tônica para o desempenho do índice brasileiro. E, ainda sob sinais vindos do exterior, a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de diminuir os cortes na produção da commodity, mas ainda com redução da oferta, elevou os preços dos contratos futuros do produto e impulsionou as ações da Petrobras. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, aquém do projetado, resfriou, de certa maneira, o ânimos dos investidores.
Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o PIB frustrou as expectativas ao avançar 7,7%. Ele previa uma alta de 8,9% enquanto o mercado tinha 8,8%. “Hoje a Bolsa sobe por algo setorial, pois houve surpresas positivas e específicas dentro do PIB”, diz. “Mas o PIB em si reduziu marginalmente o otimismo de recuperação que o mercado já tinha colocado na conta”, afirma, ressaltando que uma surpresa altista do produto poderia chancelar as boas expectativas e ter feito o Ibovespa andar mais.
Após dias de negociação, a Opep+ firmou um acordo que abriu caminho para uma flexibilização gradual dos cortes de produção nos próximos meses. Fez um pequeno aumento de 500.000 barris por dia em janeiro. Dessa forma, a redução na oferta cairá de 7,7 milhões de bpd para 7,2 milhões.
O petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 0,80% e o Brent para fevereiro avançou 0,95%. Isso impulsionou as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras que encerraram o pregão em alta de 2,82% e de 2,03%, respectivamente.