Governo avalia prorrogar auxílio emergencial e adiar reforma do Bolsa Família

Fila de pagamento do auxílio emergencial: governo planeja mais três parcelas de R$ 200 Foto: Gabriel de Paiva

Publicado por: Agencia de Notícias Em: Economia No dia: 22 de maio de 2021


Pressionado pelo Congresso Nacional, o governo avalia a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial e adiar a reforma do Bolsa Família, inicialmente prevista para começar a valer em agosto. Diante de uma possível terceira onda de Covid-19 e níveis de desemprego e pobreza em alta, auxiliares do presidente defendem o auxílio como uma forma mais eficaz de melhorar a popularidade de Jair Bolsonaro e agradar a parlamentares da base aliada.

No início de maio, pesquisa Datafolha mostrou que a aprovação ao presidente havia recuado seis pontos e chegado a 24%, pior marca de seu mandato.

A justificativa para a estratégia é que o auxílio emergencial é mais abrangente. São 39,1 milhões de famílias beneficiárias, contra 14,69 milhões no Bolsa Família. O valor do auxílio hoje é de R$ 250, maior que a média de R$ 190 recebidos pelos domicílios inscritos no programa permanente.

 

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Até mais quatro parcelas

Para a base de Bolsonaro no Congresso, caso a situação econômica do país não reaja, o auxílio emergencial pode ser prorrogado por até mais quatro parcelas. O novo programa seria lançado só no fim deste ano.

Pesa a favor da prorrogação a avaliação dentro do governo de que é preciso evitar um vácuo entre o fim do pagamento do auxílio e o novo Bolsa Família. A intenção é permitir uma “rampa de acesso” entre os dois benefícios.

Sem um desenho fechado para a nova versão do programa social, a avaliação é que encerrar o auxílio poderia criar uma sensação de descontinuidade, o que o Executivo quer evitar.

O plano prevê que qualquer extensão não ultrapasse R$ 44 bilhões, valor já autorizado pelo Congresso. Até agora, o Tesouro Nacional desembolsou R$ 18,6 bilhões para o benefício neste ano. Já para o novo Bolsa Família, será preciso encontrar uma fonte permanente de recursos para bancá-lo, o que tem atrasado as discussões, embora o debate sobre o desenho do programa esteja avançado.

Com o aumento do tíquete médio para R$ 250, a previsão é que a reformulação acrescente R$ 13 bilhões ao Orçamento de 2022.