EUA negam que vídeo seja resposta a Bolsonaro


Em: Política No dia: 12 de novembro de 2020


O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, publicou na noite desta terça, 10, uma mensagem congratulando o Corpo de Fuzileiros Navais americano pelo aniversário de 245 anos. O vídeo que acompanha a publicação feita pelo embaixador relata que o destacamento é o “maior do mundo” e está “sempre de prontidão para responder de forma rápida, seja por terra, ar ou mar”.

A publicação de Chapman foi feita horas depois de o presidente Jair Bolsonaro falar em usar “pólvora”, no lugar da diplomacia, em resposta a uma declaração do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden. Ainda durante a campanha eleitoral americana, o democrata aventou a possibilidade da imposição de sanções ao Brasil por causa do desmatamento e das queimadas na região.

Questionada, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília respondeu nesta quarta, 11, que o vídeo não tem relação com as declarações de Bolsonaro. “O vídeo do Corpo de Fuzileiros Navais de ontem (anteontem), em produção há mais de uma semana, foi publicado para comemorar o aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, não para qualquer outro propósito”, disse a assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos.

Na mensagem publicada em sua conta no Twitter, Chapman escreveu que o “Destacamento de Fuzileiros Navais na Embaixada e nos Consulados dos Estados Unidos compartilha uma longa história e uma relação importante e duradoura com a diplomacia, que nos permite construir com segurança uma relação bilateral mais forte com o Brasil”.

Uma das passagens do vídeo publicado pelo embaixador americano mostra fuzileiros navais americanos perfilados à frente do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e marchando na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ainda no vídeo, Chapman afirma que o Corpo de Fuzileiros Navais mantém homens no Brasil para a proteção das missões diplomáticas dos EUA.

Repercussão

A declaração de Bolsonaro foi considerada “infeliz” por oficiais e feita em momento “inconveniente”, dada a necessidade futura de estabelecer um vínculo com o governo Joe Biden. O presidente expressou com uma figura de linguagem, segundo generais, um conceito que costuma ser estudado na diplomacia e nas Forças Armadas, a “ultima ratio regis”, que significa, em latim, a “última razão dos reis”, ou último recurso para um conflito.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.