Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que o aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas pode inviabilizar o cultivo de alface em campo aberto no Brasil durante o verão, nas próximas décadas.

Segundo os pesquisadores, entre 2071 e 2100, 97% do território brasileiro terá risco climático alto ou muito alto para a produção da hortaliça. Mesmo no cenário otimista, com controle parcial das emissões de gases do efeito estufa, a maior parte do país enfrentará temperaturas incompatíveis com o desenvolvimento da planta, que exige clima ameno e umidade equilibrada.

A alface, considerada sensível ao calor, pode sofrer com queima de borda, florescimento precoce e perda de qualidade quando submetida a temperaturas acima de 25°C. Atualmente, a produção brasileira se concentra em campo aberto, o que aumenta a vulnerabilidade diante do aquecimento global.

Para reduzir os impactos, a Embrapa investe em pesquisas de cultivares mais resistentes ao calor, uso de estufas e desenvolvimento de sistemas produtivos adaptados ao novo cenário. Os mapas elaborados pela instituição indicam que, no pior cenário, quase todo o território nacional se tornará impróprio para o cultivo da alface em campo aberto no verão.