Estado tem um menor de idade morto violentamente a quatro dias


Publicado por: Redação Em: Polícia No dia: 4 de março de 2021


Uma quantidade de 193 crianças e adolescentes foi assassinada nos anos de 2019 e de 2020 no Espírito Santo. Analisando esses números, isso dá uma média aproximada de uma morte a cada quatro dias de menores de idade. Os números preocupam o presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e Política Sobre Drogas, deputado Delegado Danilo Bahiense (sem partido), que realizou nessa quarta-feira (3) a primeira reunião do colegiado e defendeu a criação de uma rede de proteção a crianças e adolescentes.

“Temos um número altíssimo de ocorrências com relação às vítimas que são crianças e adolescentes. E elas ficam lidando com criminosos, que agem no tráfico de drogas. A vulnerabilidade das crianças que moram em regiões assim é muito grande. Quando os pais ou Estado não adota, o tráfico adota. Nós temos visto crianças e adolescentes vítimas de bala perdida, sem nenhuma chance de sobrevivência”.

Os municípios mais afetados pelos assassinatos de crianças e de adolescentes são Cariacica, com 44 casos, Vila Velha, com 30, Serra, com 28, e Linhares, com 13. Trata-se de polos de grande concentração populacional, que tiveram ocupação desordenada e que tiveram ausência de políticas que viessem a coibir o desemprego e o avanço do tráfico de entorpecentes.

O deputado contou que do total de 193 vítimas, 187 eram adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos. “Na terça-feira mesmo tivemos assassinatos de adolescentes no município de Cariacica”. E os assassinatos de crianças e de adolescentes do sexo masculino são superiores ao do feminino. “Foram 182 contra 11 de meninas. Por que isso? Porque esses garotos são cooptados para o tráfico e entram no mundo do crime muito cedo. E acabam sendo vítimas em potencial”.

A primeira reunião da comissão discutiu demandas como atenção ao uso de drogas e crimes sexuais envolvendo crianças e adolescentes, além do aumento do efetivo policial responsável por investigar casos referentes a violações dos direitos da infância e juventude.

O encontro teve como intuito criar uma rede de trabalho e um cronograma de atividades em parceria com entidades e atores que atuam nos assuntos pertinentes ao colegiado. A reunião, em formato híbrido, contou com cerca de 70 pessoas, entre membros de conselhos tutelares, juízes de Direito, advogados, defensores públicos, delegados da Polícia Civil, policiais militares, representantes de sindicatos, de conselhos estaduais, de instituições governamentais, subsecretários municipais, vereadores e outros agentes públicos.