
Publicado por: Agencia de Notícias Em: Economia No dia: 13 de outubro de 2021
O endividamento das famílias brasileiras bateu recorde, com o valor total das dívidas chegando a 59,9% da renda média anual, segundo dados mais recentes do Banco Central. O resultado de junho é o maior patamar desde o início da série histórica do BC, em 2005.
Com a inflação em alta e a perspectiva de um aperto maior de juros, analistas alertam que o orçamento comprimido das famílias com dívidas será um limitador adicional ao crescimento da economia nos próximos meses.
Mesmo sem considerar os financiamentos imobiliários — um crédito mais “saudável” por ser de longo prazo e representar um investimento das famílias — o endividamento é recorde: 37%. Até julho do ano passado, este patamar nunca tinha superado 30%.
Na casa da agente de educação infantil Flávia Rodrigues, na Penha Circular, bairro da Zona Norte do Rio, a palavra “dívida” entrou para o vocabulário corrente em 2021. Do salário de Flávia, sobram apenas R$ 400 para gastos básicos, que se somam aos R$ 1.300 mensais de ganhos do filho mais velho, Raphael.
No sufoco, Flávia já recorreu a dois empréstimos neste ano, em fevereiro e em agosto e acumula dívida superior a R$ 123 mil. O valor mensal de cada uma das 144 parcelas, de R$ 858, compromete 27% da renda familiar.
— Peguei o último empréstimo por causa da inflação, porque meu salário não tem reajuste há três anos. Tenho muito medo de ficar mais endividada. E não vejo luz no fim do túnel — lamenta.

