Publicado por: Assessoria de Comunicação Em: Política No dia: 4 de julho de 2021
Em meio à CPI da Covid, o apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro nas votações no Senado caiu. Desde o início da atual legislatura, a Casa já apresentava uma taxa de governismo inferior à da Câmara, ainda que em patamar considerável, mas o distanciamento das orientações do Executivo cresceu a partir do segundo semestre de 2020 e se intensificou este ano.
A conclusão é de um levantamento do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio (Uerj). Segundo o observatório, a média de governismo é 4,75 no Senado, enquanto a da Câmara soma 6,77. Entre março de 2019 e julho de 2020, 13% das votações avaliadas no Senado tiveram apoio inferior à metade dos senadores. Entre agosto e dezembro de 2020, esse percentual saltou para 30%. Entre fevereiro e junho de 2021, quando a CPI passou a atuar, soma 31%. Na Câmara, o movimento ocorreu no sentido contrário. Houve um número menor de votações em que o governo não obteve maioria no ano de 2021 comparativamente aos anos anteriores.
O Senado tem solo mais fértil para ações de oposição. A instalação da CPI não é aleatória. Uma CPI não é instalada sem concordância das lideranças. Isso nos diz que há aval para senadores mais oposicionistas atuarem — diz o cientista político Leonardo Martins Barbosa, um dos autores do estudo.
Entre as hipóteses levantadas pelos pesquisadores do OLB está o fato de senadores, eleitos por voto majoritário, serem mais sensíveis à opinião pública e, consequentemente, ao desempenho dos governos estaduais que deputados federais, eleitos a partir de nichos de eleitores. O presidente entrou em conflito com os governadores em diversas ocasiões por discordância sobre a condução da crise da pandemia.
A pesquisa considerou todas as votações nominais entre março de 2019 e junho de 2021, mas excluindo aquelas que não tiveram conflito, nas quais não houve sequer 2% de parlamentares que votaram contra a maioria vencedora.
O alinhamento à gestão do presidente teve como referência o voto do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). Na ausência dele, considerou-se o vice-líder e, em seguida, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. Se houve ausência de todos, a votação não foi considerada. O OLB utilizou um algoritmo para fazer o cálculo de uma taxa de governismo a partir de um intervalo de 0 a 10.
Entre as hipóteses levantadas pelos pesquisadores do OLB está o fato de senadores, eleitos por voto majoritário, serem mais sensíveis à opinião pública e, consequentemente, ao desempenho dos governos estaduais que deputados federais, eleitos a partir de nichos de eleitores. O presidente entrou em conflito com os governadores em diversas ocasiões por discordância sobre a condução da crise da pandemia.
A pesquisa considerou todas as votações nominais entre março de 2019 e junho de 2021, mas excluindo aquelas que não tiveram conflito, nas quais não houve sequer 2% de parlamentares que votaram contra a maioria vencedora.
O alinhamento à gestão do presidente teve como referência o voto do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). Na ausência dele, considerou-se o vice-líder e, em seguida, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. Se houve ausência de todos, a votação não foi considerada. O OLB utilizou um algoritmo para fazer o cálculo de uma taxa de governismo a partir de um intervalo de 0 a 10.