Pode parecer estranho. E é. Mas o PT de Cachoeiro conseguiu entregar para o PL um mandato de vereador. As duas siglas são antagônicas e andam em polos distintos. Mas uma ação na justiça, movida pela então candidata do PT, Eliz Altoé, fez mudar a composição da Câmara Municipal e tirar um vereador do mesmo espectro político dos petistas (Rodrigo Sandi, do PDT) e levar à vereança Lucas de Mello, do PL.

Eliz Altoé ingressou com duas ações judiciais alegando fraude de cota de gênero nas eleições de 2024, contra dois partidos: MDB e PRTB. A intenção inicial era fazer com que ambos os partidos tivessem o número de votos anulados e, com isso, a recontagem garantisse para a Federação PT/PV um mandato. Nesse cenário, Romário do PV poderia assumir uma vaga. Mas uma dessas ações, contra o MDB no caso, não prosperou. E a que teve êxito vai garantir ao Lucas do PL o mandato.

A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), por anular a votação do PRTB, aconteceu na noite dessa segunda-feira (28). Para além da injustiça que é um vereador do PDT ser penalizado por um erro de um partido que nada tem a ver com o seu, a ação por si só é sui generis.

Curioso ainda o fato de o PT fazer parte do governo estadual, com Casagrande, e também o municipal, com Ferraço, e, mesmo assim, garantir, agora, mais um mandato para quem caminha com a oposição a ambos.
Segundo consta nos autos, Eliz Altoé recorreu da ação contra o MDB e deve fazer o mesmo agora. Nos bastidores, a informação é que a insistência por esse processo, na verdade, é para que Romário, em caso se torne vereador, busque uma secretaria para assumir e abra a vaga de para sua suplente, que é, justamente, Eliz Altoé.

Em vídeo, o senador Magno Malta parabeniza Lucas (PL), pela vaga na Câmara Municipal de Cachoeiro-ES.