O realizador capixaba Renan Amaral deu início à produção de seu mais recente curta-metragem, cujo título provisório é “Os cravos”. O novo filme tem uma temática sensível, em torno da saúde mental, explorando ainda questões religiosas – uma constante na obra do diretor.

A trama acompanha o processo terapêutico de Mateus (Danilo Maia) com a psicóloga Sandra (Fran Mattoso). À medida que ele busca alta, por considerar-se significativamente melhor, a complexidade de seu personagem se desvela aos olhos da terapeuta – e do público – a partir das memórias que emergem.

Tanto em “Depois deste desterro” quanto em “Os cravos”, Renan Amaral questiona a religião como instituição, estimulando o público à reflexão acerca de dogmas e práticas religiosas – sem, no entanto, questionar a fé ou Deus.

Realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital de produção audiovisual da Secretaria da Cultura (Secult), o filme tem produção executiva de Fran Mattoso.

Concepção

Com roteiro assinado por Renan Amaral, a obra é uma adaptação de um conto homônimo do cineasta, publicado na 14ª edição da revista “Subtextos”, cujo tema era “Segredos”. O autor compartilhou em suas redes sociais um vídeo contando a trajetória dessa história, desde sua concepção como esquete de teatro até sua atual forma como curta-metragem.

Em seu perfil no Instagram, ele também promete compartilhar novos conteúdos inéditos sobre seu processo criativo, incluindo um vídeo explicando as complexidades da adaptação literária para o audiovisual, expondo sua própria experiência, erros e acertos.

“Os cravos” foi gravado entre os dias 29 e 30 de março, em Vitória (nos bairros Ilha de Santa Maria e Mata da Praia) e na Serra, tendo o cemitério Jardim da Paz entre suas locações mais marcantes. A produção, agora, segue para as etapas de montagem, edição, mixagem de som e, eventualmente, finalização.

Além de Danilo Maia e Fran Mattoso, o elenco traz Edson Ferreira e Joca Simonetti. A produção ainda conta com um forte plano de acessibilidade, capitaneado por Daniel Grechi, que é cego e consultor do projeto, responsável por acompanhar todo o processo de finalização do filme, certificando-se de que a obra seja o mais inclusiva possível.