CPI avança na identificação de propagadores de fake news durante a pandemia

Senadores buscaram auxílio da Polícia Federal para encontrar e responsabilizar pessoas por trás de rede de desinformação, que atuou contra medidas sanitárias

Publicado por: Agencia de Notícias Em: Política No dia: 5 de julho de 2021


Concentrada nas últimas semanas na apuração de irregularidades na compra de vacinas, a cúpula da CPI da Covid avança, sem alarde, sobre outra linha de investigação que preocupa o Palácio do Planalto: a identificação e responsabilização de aliados do presidente Jair Bolsonaro que teriam disseminado notícias falsas na pandemia, como o desestímulo ao uso de máscara e o incentivo ao tratamento com medicamentos ineficazes, como a cloroquina.

Até agora, oito pessoas próximas ao presidente e ao seu entorno tiveram os sigilos telefônico e telemático quebrados pela comissão. Além disso, a CPI requisitou às empresas responsáveis por redes sociais o conteúdo já publicado nas contas ligadas ao grupo, para evitar que provas sejam apagadas.

Dessa forma, a cúpula da CPI pretende mapear quem está por trás da propagação de notícias falsas e qual a relação dos suspeitos com o governo. O principal alvo é o chamado “gabinete do ódio”, grupo que seria ligado ao presidente e ao seu filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos e apontado como o responsável informal pela comunicação digital do governo.

rês assessores do Planalto apontados como parte desse gabinete tiveram seus sigilos quebrados pela comissão: Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz.

Também foram alvos das quebras nomes como o assessor Carlos Eduardo Guimarães, do gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o blogueiro Allan dos Santos, alvo do inquérito dos atos antidemocráticos do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é suspeito de incentivar o uso das Forças Armadas contra os Poderes, o que é inconstitucional.