Conheça as grandes empresas que já “quebraram” durante a pandemia do novo coronavírus

não existe circo sem platéia e não dá para manter astros sem a venda de ingressos. A empresa de espetáculos, criada em 1984, também acabou em recuperação judicial, com dívidas estimadas em US$ 1 bilhão. Ao todo, 44 espetáculos foram encerrados e cerca de 3,5 mil funcionários demitidos.

Publicado por: Agencia de Notícias Em: Economia No dia: 13 de julho de 2020


Com lojas fechadas, barreiras para circulação de pessoas e clientes trancados em casa, empresas do mundo inteiro não resistiram aos efeitos da pandemia. Além de mortos e feridos, o coronavírus deixou um rastro de “falidos”.

No primeiro semestre de 2020, os pedidos de falência avançaram 34,2%, os de recuperação judicial, 32,8%, e as recuperações judiciais deferidas, 45,3%, mantida em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento nacional da Boa Vista.

Não foi só a lojinha da esquina que passou apuros. Muitas grandes empresas não resistiram e precisaram recorrer à recuperação judicial para não ficar insolventes. Nos Estados Unidos também teve “fila” para buscar o benefício do Chapter 11, a lei de recuperação judicial americana.

No Brasil ou nos Estados Unidos, a recuperação judicial é um recurso que permite que a empresa deixe de pagar seus credores temporariamente. Ela ganha um fôlego para preparar um plano de recuperação e apresentar à Justiça. A medida serve, portanto, para tentar evitar a falência.

Se o plano for aprovado pelos credores e bem executado, a empresa volta para o mercado recuperada. Caso não consiga, o processo pode ser convertido em falência e os bens vão à leilão para pagar dívidas.

Contagem de ‘falidos’

A aviação foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia. Com restrições para a circulação de pessoas e o medo da população em se aglomerar em uma avião, a demanda por passagem aérea desabou. As empresas fizeram esforços para devolver aeronaves, colocar funcionários de licença, mas não foi suficiente.

Latam: pediu recuperação judicial nos EUA no dia 26 de maio. A princípio, a subsidiária brasileira tinha ficado de fora do processo, mas ela foi incluída na última quinta-feira (9).

Avianca: a empresa aérie colombiana pediu recuperação judicial em 10 de maio nos Estados Unidos. O pedido não inclui a empresa brasileira de mesmo nome. A brasileira já estava em recuperação judicial antes da crise do coronavírus e pediu a conversão do processo em falência em 6 de julho por não ver chance de retomada dos negócios.

Aeromexico: o mesmo foi o destino da aérea mexicana, no dia 30 de junho.

Outros negócios que estão relacionados ao ramo de viagens, turismo e eventos também estão entre os primeiros a pedir socorro.

Cirque du Soleil: não existe circo sem platéia e não dá para manter astros sem a venda de ingressos. A empresa de espetáculos, criada em 1984, também acabou em recuperação judicial, com dívidas estimadas em US$ 1 bilhão. Ao todo, 44 espetáculos foram encerrados e cerca de 3,5 mil funcionários demitidos.

Hertz: a locadora de veículos já andava em maus lençóis antes do covid-19, com resultados financeiros fracos. Com a queda na demanda por locação de carros, a empresa foi para a lista de RJ. As operações no Brasil não são afetadas, pois elas foram compradas pela Localiza.

A crise pegou em cheio também o varejo, que ficou com coleções encalhadas em lojas fechadas. As empresas que tinham uma presença mais fraca no e-commerce e dependiam mais de vendas em shoppings foram as que mais sofreram durante a pandemia.

  1. Crew: foi a primeira grande varejista americana a recorrer ao Chapter 11, logo no início de maio. A empresa afirmou, na ocasião, que iria perder mais de US$ 900 milhões em vendas anuais, algo equivalente a 35% de sua receita no ano passado.

J.C. Penney: a centenária varejista americana também estava mal das pernas antes mesmo do covid-19, com uma dívida elevada. Ela não vinha conseguindo enfrentar a perda da concorrência para o e-commerce. Com as lojas fechadas, sua situação ficou insustentável e não teve como escapar do Chapter 11.

A crise ainda está rolando e a lista deve aumentar. Há um risco de contágio ainda não estimado com essas perdas. Por exemplo, as agências de viagens estão com passagens em aberto de diversas companhias aéreas. Se tudo der certo, elas vão remarcar essas passagens. Mas em caso de insolvência, essa crédito se tornará também um passivo praticamente irrecuperável para as parceiras, que podem ser as próximas a entrar na lista da recuperação judicial.