Publicado por: Assessoria de Comunicação Em: Educação No dia: 26 de março de 2024
Escolas fechadas e aulas suspensas. Imóveis, pontes e acessos destruídos, problemas de abastecimento de água, muita lama nas ruas e uma população unida em solidariedade e disposição.
Foi assim que começou esta segunda-feira (25) de sol entre muitas nuvens em Alegre.
As chuvas intensas do último fim de semana, na Região Sul do Espírito Santo já contabilizam 19 mortos, segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).
Foram 17 registros em Mimoso do Sul e dois em Apiacá. Seis pessoas estão desaparecidas.
Alegre é uma das cidades que tentam se refazer dos efeitos trágicos das poéticas “Águas de Março”, que despojaram 535 famílias e atingiram 2.534 pessoas.
“As marcas da destruição ainda estão visíveis e não será do dia para noite que a vida do alegrense retornará à normalidade”, reconhece o prefeito da cidade Nirrô Emerick.
A Secretaria Executiva de Educação (SEED), informou que as aulas estão suspensas a partir desta segunda-feira (25) em cinco escolas municipais:
Segundo o Secretário Executivo de Educação, Wanderson Valadares, essa medida foi adotada para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos e profissionais da Educação.
“Ressaltamos que as demais unidades escolares continuarão operando normalmente. As aulas serão retomadas assim que cada um dos casos de recuperação das unidades for resolvido”, informou.
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas do campus de Alegre, durante todo o dia.
Por meio de nota, a UFES informa que um levantamento inicial, realizado pela administração constatou prejuízos aos plantios do setor agrícola na Área Experimental de Rive.
“Também estão sendo levantadas perdas que tenham sido causadas a estudantes e servidores, para analisar a melhor forma de repará-las”, explicou a nota.
Já o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), suspendeu as aulas, mas mantém os serviços administrativos no campus, inclusive para receber doações e direcionar para as vítimas.
Devido aos danos provocados pelas chuvas, duas unidades de Saúde não apresentam condições de funcionar, em Alegre. As Unidades Básicas de Saúde da Vila do Sul e da Rua Mizael Barcelos, ficaram destruídas e os funcionários estão ajudando na limpeza.
Além disso, o local onde funciona o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) também foi tomado pela água.
O mesmo aconteceu com o Almoxarifado Central onde se armazenava os insumos da Saúde Municipal, o que representa um prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões.
O Secretário Executivo de Saúde, Emerson ”Mosca” Alves, informa que os atendimentos desses locais foram direcionados para as demais unidades de Saúde.
A Prefeitura de Alegre avalia a possibilidade de transferir os atendimentos dessas UBS para outro imóvel nas imediações, para que as pessoas do local consigam atendimento perto de suas casas.
Uma interdição na BR-482, nos km 35 e 42, entre Alegre e Guaçuí foi divulgada pela Defesa Civil, no Boletim Extraordinário, divulgado no fim da tarde de domingo (24).
No restante da cidade, onde pelo menos 14 pontes foram destruídas e muitos quilômetros de estradas danificados, alguns pontos ainda requerem cuidado e atenção de quem transita.
Regiões como Roseira e Lagoa Seca, além de trechos da Rodovia ES-387, que liga Alegre a Santa Luzia, em Muqui, estão entre as vias danificadas pelas chuvas.
A ponte que liga a Rua Orozimbo Lima à Rua Mizael Barcelos, próximo ao Mini Mercado Triângulo (Ary de Oliveira) está interditada.
Engenheiros avaliaram um possível dano na estrutura, que será melhor avaliado quando as condições do tempo e o volume de água permitirem.
A Defesa Civil divulgou um relatório em que aponta riscos moderado de deslizamentos, que pode afetar mais de 1.300 casas.
O Superintendente da Defesa Civil em Alegre, Carlos “Japonês” Lemos, disse que o risco é moderado, mas os efeitos que um deslizamento pode provocar podem adquirir contornos de tragédia.
“O ideal é que as pessoas não subestimem o poder da natureza e sigam as orientações das autoridades, para que situações como a que estamos atravessando não se tornem ainda mais dramáticas”, orientou.
Apesar dos problemas que a população de Alegre ainda enfrenta por causa das chuvas, as agências bancárias, correios e demais órgãos públicos, que funcionam na cidade, não divulgaram oficialmente nenhuma alteração nos horários de funcionamento.