Bolsas da Europa fecham em baixa, com covid-19, demora em vacinas e especulação


Em: Economia No dia: 29 de janeiro de 2021


Os mercados acionários europeus registraram quedas nesta sexta-feira. Investidores monitoraram episódios de especulação nas bolsas de Nova York, bem como as dificuldades para avançar na vacinação contra a covid-19 no continente, que gera tensões entre a AstraZeneca e a União Europeia. Com isso, indicadores da região ficaram em segundo plano.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,87%, em 395,85 pontos, com queda semanal de 3,11%.

O NatWest destaca que o pessimismo em relação à covid-19 “retornou aos mercados”. O banco cita a lentidão na oferta da vacina e o “nacionalismo” em relação aos imunizantes como fatores que estariam pressionando os mercados. Para o NatWest, dados até agora disponíveis sugerem que a oferta não tem sido tanto o gargalo, mas sim o ritmo ainda lento da imunização em alguns países. Há, porém, relatos de locais com estoques baixos da vacina, nesse estágio inicial.

Nesta sexta, a UE publicou contrato com a AstraZeneca, em sua investida para pressionar a empresa a seguir o combinado na agenda de entregas de vacinas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco espera “transparência” da empresa e “uma explicação plausível” para os atrasos na entrega.

Também nesta sexta, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) recomendou a autorização da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e da Universidade Oxford para adultos. Se a orientação for atacada pela Comissão Europeia, o que é esperado, este será o terceiro imunizante liberado pela UE, após o da Pfizer e o da Moderna.

A Moderna, porém, reduziu o lote de vacinas contra a covid-19 que entregará para França e Itália em fevereiro, segundo o Financial Times, no mais recente revés europeu para avançar nessa frente. Além dessa dificuldade, notícias sobre especulações nos mercados de Nova York contribuíram para a menor propensão à tomada de risco em praças europeias.

Com isso, indicadores ficaram em segundo plano. Na Alemanha, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,1% no quarto trimestre de 2020 ante o anterior, como previsto. Na França, o PIB recuou 1,3% na mesma comparação, mas menos do que o esperado pelos analistas (4,1%), enquanto na Espanha o crescimento no mesmo período foi de 0,4%, contrariando previsão de queda de 1,5% dos economistas.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 1,82%, em 6.407,46 pontos, com queda de 4,30% na semana.

Em Frankfurt, o índice DAX terminou em queda de 1,71% a 13.432,87 pontos, com recuo de 3,18% na semana.

Na Bolsa de Paris, o CAC 40 caiu 2,02%, a 5.399,21 pontos, encerrando na máxima do dia. Na semana, o CAC 40 recuou 2,88%.

Em Milão, o índice FTSE MIB teve queda de 1,57%, a 21.572,53 pontos, com baixa de 2,34% na comparação semanal.

Na Bolsa de Madri, o IBEX 35 recuou 2,21%, a 7.757,50 pontos, e caiu 3,47% na semana.

Em Lisboa, o índice PSI 20 registrou baixa de 1,26%, a 4.794,55 pontos, com baixa de 4,88% na semana.