Quando se trata de marinheiro de primeira viagem, é comum que alguns erros aconteçam. Mas quando é alguém com larga experiência, como é o caso de Theodorico Ferraço, precipitações e ansiedades podem sinalizar outra coisa: a previsão de que o projeto não vai sair como planejado e o medo de desempenhar um mandato pior que os seus anteriores. Para não dizer desespero, demonstra que quer correr contra o tempo para tentar entender como é administrar uma cidade nos dias atuais.
Eleito no último dia 6 de outubro para exercer seu quinto mandato como prefeito de Cachoeiro, ele está afobado. Dois dias após o resultado das eleições, Ferraço já estava dentro do gabinete do prefeito Victor Coelho, querendo falar sobre transição. E algumas pessoas próximas a ele dizem que Ferraço acreditava que poderia influenciar nas tomadas de decisões da prefeitura até dezembro desse ano. Não pode. É a lei.
Já tirou foto na macrodrenagem, como se pudesse exercer alguma influência sobre o processo de andamento da obra, que está em seu curso normal, dentro do esperado. Será concluída e entregue, apesar dele.
Prometeu concurso público para professores. Ignorando o concurso que já está pronto e com resultado publicado. Falta apenas homologar e convocar os aprovados. Vai ficar para 2025, como preconiza a lei.
Sua ansiedade em assumir logo a prefeitura faz sentido. Talvez seja seu último ato político. Mas como no futebol, jogador que não sabe a hora de parar acaba errando e concluindo mal a carreira, manchando toda uma trajetória de sucessos.