Em: Variedades No dia: 17 de dezembro de 2020
O Movimento MeToo Brasil, vertente brasileira da iniciativa contra o assédio e abuso sexual contra as mulheres, divulgou nesta quarta-feira, 16, uma nota de apoio Anitta, depois de a cantora revelar que foi vítima de estupro aos 14 anos. A declaração foi feita no primeiro episódio da série documental Anitta: Made in Honório, na Netflix. No documentário, a artista diz que “faz muito pouco tempo que parei de achar que é culpa minha (…) Eu sempre tive medo do que as pessoas iam falar”.
No comunicado, compartilhado nas redes sociais, o MeToo Brasil apoiou a coragem de Anitta. “O MeToo Brasil vem a público expressar solidariedade e apoio à cantora Anitta, que revelou em sua série, produzida pela Netflix, um estupro que sofreu aos 14 anos de idade”.
“Em seu relato, a cantora traz uma narrativa encontrada em diversos relatos de vítimas que usam os canais do MeToo em todo o mundo: uma situação de constrangimento, abuso psicológico e culpa. O que mostra que a cultura do abuso atua em inúmeras frentes. Por isso, o MeToo Brasil acolhe as vítimas nas áreas jurídica, psicológica, socioassistencial, rede de apoio, acolhimento e rede médica”, continuou a ONG.
“Sabemos o quanto é doloroso relembrar um episódio de abuso sexual, principalmente quando corrido em uma fase tão importante do desenvolvimento quanto a adolescência. Por isso, o MeToo Brasil reitera a importância da coragem da cantora, que serve de exemplo a todas e todos que passaram por situações semelhantes a procurarem ajuda e a denunciarem, mesmo que o crime já esteja prescrito.”
“O depoimento de Anitta evidencia uma característica do abuso sexual no Brasil, onde a maioria das vítimas são menores de idade e muitos dos agressores são da família ou próximos. A força da cantora ao fazer seu relato mostra a dificuldade enfrentada pelas vítimas, que muitas vezes não têm meios e nem recebem acolhimento. O MeToo Brasil e toda sua rede de apoio estendem a mão à Anitta e a todas as mulheres que sofreram algum tipo de abuso. Vocês não estão sozinhas!”, finalizou.