A capital dos Estados Unidos foi palco, neste sábado (14), de um contraste que expôs a fratura política do país. Enquanto apoiadores de Donald Trump celebravam um desfile militar que coincidiu com o aniversário de 79 anos do ex-presidente, centenas de manifestantes protestavam chamando o ato de “fascista”.

Para simpatizantes como Shaun Dailey, de 22 anos, e Brent Kuykendall, de 66, o evento simbolizava apenas patriotismo e uma homenagem ao Exército americano. Já críticos viam no aparato militar um instrumento de intimidação e personalismo autoritário. “Parece uma piada cruel usar militares como peões para um cara que quer ser rei”, afirmou o veterano Sam Richards, de Minneapolis.

O forte esquema de segurança blindou o centro de Washington, com agentes e cães farejadores controlando os acessos ao National Mall. Ainda assim, manifestantes carregaram cartazes como “Pró-EUA, anti-Trump” e ergueram bonecos satíricos representando o ex-presidente.

Anahi Rivas-Rodriguez, de 24 anos, disse ter se sentido intimidada pelas ameaças de Trump de responder com “muita força” a eventuais distúrbios, mas ressaltou: “Protestar é patriótico”. Protestos semelhantes ocorreram em diversas cidades do país, com manifestantes como Bill Kennedy insistindo que era fundamental mostrar oposição. “Ele não vai se safar com intimidação, ameaças e violência”, afirmou.