Max Dias
Historiador, jornalista, professor do IFES Campus Linhares e Doutor em História

A batalha das pesquisas eleitorais


Publicado por: Max Dias Em: Colunistas No dia: 2 de setembro de 2022


A batalha das pesquisas continua dando o que falar, embolando de vez o noticiário político. O instituto que acertar em cheio os números das urnas no primeiro turno deveria receber uma bolada da mega sena. Todavia, aqueles institutos que errarem por completo poderiam muito bem deixar de existir por falta de know how. Fariam um grande bem ao país. Sabendo que pesquisas podem servir para inflar candidaturas (agindo sobre o voto útil) no instante em que se aproxima o pleito, muitos institutos têm deixado de lado o seu papel principal. O eleitor é quem perde com isso e a ciência também.

Se alguns institutos seguem apresentando números bem idênticos há quase dois meses (o último caso foi o do Datafolha), mantendo Lula na dianteira, outros têm mostrado a cada versão uma tremenda reviravolta em favor de Bolsonaro. O Instituto Paraná Pesquisas, por exemplo, já vem repetindo o empate técnico entre o ex-presidente e o atual faz um tempo, com leve vantagem para Lula que, por enquanto, vence no segundo turno.

Pesquisas como a da Modalmais/Futura e da Brasmarket já garantem a virada de Bolsonaro sobre Lula, apesar dos números do segundo colocado não guardarem nenhuma coerência, além da margem de erro. Na Brasmarket (que recebeu destaque do jornal Estado de Minas) Lula já caiu para 32,9% dos votos. Nessa toada, vai acabar ultrapassado por Ciro Gomes em mais um mês. Se bem que o candidato do PDT caiu para 4,3%. Então, pela lógica (se é que ela existe), o atual presidente tirou votos do petista, do pedetista e dos indecisos.

No caso da Modalmais/Futura o empate técnico toma os dois turnos, sendo que, no primeiro, Bolsonaro guarda leve vantagem e, no segundo, Lula estaria um pouco à frente. A coerência está no fato de que Ciro Gomes recuperou seu território em torno dos 10%. Nesse caso, teria o pedetista tirado votos do ex-presidente. Simone Tebet segue à míngua (2,2%) mesmo após excelente desempenho no debate da Band.

Está muito claro que essa disputa em torno das pesquisas é mais um elemento a contribuir para o já castigado processo eleitoral. A dissonância, nesse caso, fortalece o discurso contra as urnas eletrônicas e em prol de eleições fraudulentas, armando sobremaneira o bolsonarismo que já têm números de sobra para reafirmar que o seu presidente está vencendo as eleições e ai daqueles que duvidarem disso.




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