Uma guerra interna custou para o agora ex-secretário de Administração da prefeitura de Cachoeiro, Amós Marcelino, a sua permanência no cargo. Exonerado ontem (22), a narrativa para tentar mascarar os motivos reais foram divulgadas no site oficial do município, mas não convenceu o mercado político, que sabe do fogo amigo disparado, principalmente, pelo Controlador Geral da gestão, Fernando Moura.

Desde que deixou o grupo do ex-prefeito Victor Coelho para compor a equipe de Theodorico Ferraço, Moura nutriu grande expectativa sobre sua participação na administração, chegando a ser cotado para assumir a Secretaria de Governo e ter uma posição de Manda-Chuva ou super secretário. Acontece que restou para ele a Controladoria Geral do município, ficando em pé de igualdade com todos do primeiro escalão.

Como as expectativas não foram atendidas, fontes de dentro da prefeitura informaram que Moura vem agindo de modo a desestabilizar secretarias que seriam de seu interesse e são estratégicas para contratações em todas as áreas da municipalidade, incluindo, a Secretaria Municipal de Administração.

Nesse sentido, no início desse ano, antes de efetivamente começarem as aulas, a Controladoria comandada por Moura teria conduzido o processo de contratação de nova empresa para assumir o transporte escolar. Deu tudo errado e foi uma verdadeira lambança. Moura lavou as mãos, deu de ombros, fingiu que não era com ele e deixou todo o desgaste recair sobre Amós. Por fim, tudo teve que ser desfeito e a antiga empresa retomou os trabalhos.

Já processo licitatório da coleta de lixo, utilizado como argumento no site oficial do município e em release enviado para a imprensa, está sendo apenas uma cortina de fumaça, já que ele sequer tramitou internamente na SEMAD, o que, nesse cenário, seria impossível facilitar ou dificultar algo para ninguém.

Depois, outros pequenos ataques diários estavam minando a sobrevivência de Amós no cargo. Por último, um vídeo de um blogueiro no Instagram disparando inverdades contra Amós, com a nítida intenção de ser a bala de prata para derrubá-lo, foi utilizado internamente como justificativa. Aliás, o blogueiro parece ter tido o conteúdo encomendado. Ele não revela sua fonte, mas, diante dos acontecimentos e por ser de Marataízes, cidade onde Moura atuou por anos, há de se ter alguma ideia.

Na mira do Moura não estaria apenas Amós. Ele é o primeiro de uma lista que está no forno e a próxima vítima pode vir antes ou depois da festa de Cachoeiro, a depender dos acontecimentos vindouros.
Agora, Fernando Moura, coincidentemente, assume o lugar de Amós. Com isso, Moura acumula três pastas na prefeitura: Controladoria, Administração e Relações Institucionais.

O que se sabe é que a atual administração vive uma guerra interna diária, com grupos políticos diferentes se atacando e tentando derrubar uns aos outros. Nessa batalha, quem perde é a cidade e a população. O vencedor? Não há.