Max Dias
Historiador, jornalista, professor do IFES Campus Linhares e Doutor em História
Publicado por: Max Dias Em: Colunistas No dia: 9 de setembro de 2022
A notícia positiva para o governo Bolsonaro parece vir mais uma vez da economia, logo ela, tão castigada nos últimos anos. Não se sabe ao certo se a queda na inflação (conforme dados do IPCA de agosto) refletirá no resultado final da eleição, mas está claro que o tema é o que mais mobiliza a agenda do principal candidato de oposição, o ex-presidente Lula.
Ainda é cedo para afirmar que a queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, no nome do IPCA, está sendo refletida no bolso do cidadão imediatamente, porém é imaginável que a recuperação econômica possibilite a Jair Bolsonaro algum salto nas pesquisas de opinião. Como todos sabem, os institutos de pesquisa fazem um retrato de ocasião e a expectativa do QG de Bolsonaro é que as próximas semanas apresentem alguma mudança substancial nos dados, desconsiderando, nesse caso, os institutos que já tem demonstrado uma virada retumbante do atual presidente.
Por mais que o debate para presidência, travado por Bolsonaro, aparente ser um samba de duas notas (corrupção e a tal luta do “bem” contra o “mal”) é possível notar que, nos bastidores da política, os seus assessores veem na economia a única chance do Messias salvar-se a si próprio. As pessoas vão precisar sentir alguma transformação em suas vidas no limite da eleição. Não por acaso, Bolsonaro conta com uma conjuntura política que lhe é favorável, no que tange a iminência de um segundo turno. O tempo trabalha a favor do atual presidente.
Uma melhora econômica sentida de imediato pelas pessoas tenderia a colocar o bureau político do ex-presidente Lula numa tarefa árdua: encontrar outras linhas de comunicação com o povo capazes de fazê-lo permanecer na dianteira até o final da corrida eleitoral. Entretanto, sabe-se que reposicionar o discurso no meio de uma eleição nunca é algo simples. É exatamente em torno do voto útil que Lula vai trabalhar nas próximas semanas, porque essa é a única forma de garantir que o tempo não seja um aliado favorável a Jair Bolsonaro.