Por que os apoiadores de Bolsonaro não repercutem com a mesma intensidade o pedido de desculpas?

Foto Montagem do vereador de Cachoeiro Juninho da Cofril na avenida Paulista no dia 7 de setembro

Publicado por: Redação Em: Política No dia: 11 de setembro de 2021


Bolsonaro convocou sua turma para ir às ruas no dia 7 de setembro. Eles foram. São poucos, mas barulhentos. Não faltou inimigo para ser atacado. A postura moralista, sempre com dedo em riste, foi cena comum em vídeos. O tom agressivo, ameaçando Deus e o mundo, foi prática recorrente do presidente e seus apoiadores. Acontece que o dia 7 terminou, o dia 8 amanheceu e o país continuava mergulhado no caos econômico. Foi aí que Bolsonaro viu a necessidade de limpar a sujeira que fez.

Curioso que a tal “carta à nação” nem foi o próprio Bolsonaro quem escreveu. Ou seja, não foi capaz nem de limpar a sujeira que fez. Mas, enfim… O pedido de desculpas aconteceu. O que não ocorreu foi quem apoia Bolsonaro repercutir com a mesma vontade as palavras serenas do presidente. O motivo é simples: esse povo não é nada patriota, tudo fingimento, são baderneiros de meia tigela, interessados apenas em disseminar o ódio e a raiva.
Cadê a turma embarcando em mais essa do Bolsonaro, gravando vídeo falando em alto e bom som que “é isso mesmo! Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país!”. Ou esbravejando que “democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”.

Cadê os bolsonaristas cachoeirenses – alguns foram até São Paulo e Brasília no dia 7/9 – para, agora, espalharem o mea-culpa com a mesma disposição que fazem quando é para divulgarem ameaças?
Não se sabe se por vergonha ou mau-caratismo, estão todos sumidos. Só aparecem depois que a narrativa criada pelo gabinete do ódio é criada e compartilhada, justificando o injustificável. O discurso vem pronto. Aí, é só reproduzir.
Está ficando cada vez mais feio. E é triste imaginar que ainda pode piorar. Tudo porque um presidente eleito decidiu não governar, mas criar fantasmas diariamente e viver em campanha pela reeleição. É trágico.