Nada, absolutamente nada justifica o que a PC-RJ fez na comunidade de Jacarezinho. Bandidos que enfrentam a Polícia em operaçõe realizadas com inteligência e respeitando a segurança dos cidadãos, se morrem nesse conflito, de certa forma buscaram esse resultado.

Mas qualquer tipo de operação, que seja contra os piores criminosos do momento, mesmo aqueles que praticam atrocidades e usam a população como escudo, é um fracasso e um crime cometido contra a população.

Comunidades como a do Jacarezinho abrigam 99% de pessoas inocentes, trabalhadores, gente digna que não consegue viver em outro lugar diferente daquele aglomerado de casas, muitas delas de madeira, cujas paredes são atravessadas com facilidade por munições de fuzis e estilhaços de granadas.

Pessoas não são troféus para serem exibidos como produto de caça de safaris, mesmo que essas pessoas sejam suspeitas (ou confirmadas) da prática dos piores crimes. O Estado não pode usar como recurso expedientes que só são admissíveis, e ainda assim com restrições, em situações de guerra. Crianças, pessoas idosas e qualquer cidadão desprotegido não podem ser tratados como “danos colaterais” em nenhuma circunstância.

O que a PC-RJ fez no Rio, foi homicídio qualificado, improbidade administrativa, monstruosidade ética, além de demonstração de burrice, despreparo, incompetência e falta de humanidade. O Brasil está se embrutecendo a uma velocidade impressionante. As pessoas estão perdendo a noção de tudo o que nos caracteriza como seres humanos. Uma vergonha, uma tristeza, um absurdo, resultado típico de uma sociedade que aceita, admite e até justifica atitudes fascistas e genocidas.