Publicado por: Marcos Tristão Em: Editorial No dia: 17 de fevereiro de 2021
No jornalismo, uma das primeiras máximas que se aprende é a seguinte: “jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. É basicamente isso que norteia os veículos de comunicação. Todos eles.
O jornal cumpre uma função social: informar à população o que acontece em toda a parte do mundo; levantar debates; denunciar injustiças; ser porta voz dos menos favorecidos; enfim, publicar justamente aquilo que alguém não quer que seja publicado.
Ao longo da história, é comum encontrar jornais e jornalistas que sofreram na mão de poderosos e de políticos. Todos esses são passageiros. O poder muda de mãos, o dinheiro também. A imprensa, no entanto, continua viva e atuante.
Acontece que voltou à moda ofender quem trabalha com informação. O presidente Bolsonaro, diariamente, dispara todo o tipo de ofensa aos que estão ali batalhando o pão de cada dia, em busca da melhor notícia para a população. Até mandar enfiar lata de leite condensado “no rabo de vocês” ele já falou.
E é natural que pessoas reproduzam o comportamento do líder maior da nação, como se bonito fosse. É o que parece que vem acontecendo em Cachoeiro de Itapemirim, principalmente com o vereador recém-eleito e em primeiro mandato, Júnior Corrêa.
Jovem, filho de um empresário bem-sucedido, que é dono de uma das marcas mais fortes da região, e, diga-se de passagem, faz uma linguiça de churrasco deliciosa, digna de liderar mercado nacional, o rapaz parece que ainda não entendeu muito bem o que é ser uma figura pública e que, apesar de estar em alta, prepotência e falta de respeito com quem exerce diariamente o direito à liberdade de expressão para fortalecer o regime democrático é coisa feia, de gente mal educada. Aliás, não se sabe ao certo nem se o vereador é defensor da democracia, já que por vezes apareceu ostentando símbolos da monarquia em suas redes sociais.
A última de Júnior Corrêa foi querer desmentir um acontecido, noticiado por este site. Pois bem. O direito de resposta segue abaixo para quem quiser ler.
Enquanto isso, o vereador joga o jogo da velha política, do toma lá, dá cá. O diretor da Câmara, por exemplo, é indicação sua. O seu gabinete é formado em partes por quem esteve na campanha de Jonas Nogueira.
E, apesar de se beneficiar eleitoralmente por ser filho do dono da Cofril, insiste em não querer que o chamem assim. Figura pública pode ser tratada da maneira que convir ao próprio público. Juninho da Cofril não só é o nome mais apropriado, como dá mérito a quem lhe garantiu a eleição: a empresa do seu pai. Júnior, inclusive, em seu discurso de posse, disse que foi o seu pai quem ia de porta em porta com ele pedir votos.
Mas não é só atacar a imprensa que Juninho da Cofril imita de Bolsonaro. Ele também quer destruir instituições. Entre as quais, a Agersa. Assim como Bolsonaro falava em fechar o congresso e o STF, o vereador acredita que levantar esse debate inócuo pode levar Cachoeiro para algum lugar melhor. Sobre essa bandeira, o assunto será tratado em outra oportunidade, logo mais, com riqueza de detalhes.
Tem um ditado popular que diz que “derrubar um muro é mais fácil que erguê-lo”. Talvez por isso o mandato do vereador esteja focado em ficar apontando o dedo, ao invés de ser propositivo, apresentando projetos de lei que verdadeiramente farão diferença na vida do povo.
Esse site, apesar de novo, é administrado por quem tem longa trajetória no trato com políticos e com a política, e nunca presenciou tamanha incapacidade de fazer, justamente, a política, aquela com P maiúsculo. Isso, enquanto o país ainda for livre e o direito à opinião sobre qualquer coisa também. Ao que parece, essa questão não mudou, muito embora alguns até desejem.
Mas um mandato tem quatro anos. Muita gente já passou pelas cadeiras que hoje estão os 19 representantes do povo cachoeirense na Casa de Leis. Até lá, esse site seguirá sua jornada, lutando o bom combate, expondo o que tentam esconder, trazendo à tona verdades não ditas e criticando quem quer que seja, porque o jornalismo é isso. Publicidade é outra história.
Clique abaixo e leia o direito de resposta do vereador Juninho da Cofril