Em: Economia No dia: 23 de dezembro de 2020
Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a taxa média de juros no crédito livre passou de 26,5% ao ano em outubro para 26,3% ao ano em novembro, informou nesta quarta-feira, 23, o Banco Central (BC). Em novembro de 2019, essa taxa estava em 35,6% ao ano.
Os dados apresentados hoje pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas – em especial, nos meses de março e abril. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 38,8% para 38,1% ao ano de outubro para novembro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 12,0% para 12,2% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 112,9% ao ano para 113,6% ao ano de outubro para novembro. No crédito pessoal, a taxa passou de 31,7% para 31,6% ao ano.
Desde julho de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em 6 de janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao ano (151,82% ao ano).
Além da limitação do juro, os dados de hoje refletem uma revisão realizada na série histórica do BC. De acordo com a autarquia, os números passaram a considerar o fato de alguns bancos cobrarem juro no cheque especial apenas após dez dias de atraso no pagamento da fatura. Antes, era considerado todo o período de atraso. Esta mudança fez com que o nível do juro no cheque especial, na nova série histórica, fosse menor que em anos anteriores.
Os dados agora divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 18,9% ao ano, em outubro, para 19,0% em novembro. A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 18,6% ao ano, em outubro, para 18,7% ao ano em novembro. Em novembro de 2019, estava em 23,6%.
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,3 ponto porcentual em novembro ante outubro, aos 16,9% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.