Basilio Machado
Professor e Jornalista

Marataízes – A pesquisa da pesquisa


Publicado por: Basilio Machado Em: Colunistas No dia: 1 de setembro de 2020


Pesquisa eleitoral sempre dá xabu. Quem fica atrás procura desqualificar o instituto e o veículo que a divulgou. Futura, Ibope, Datafolha e outros grandes sofrem com isso. São pegos pra Cristo se os seus números não correspondem aos das urnas. Logo surgem as teorias da conspiração. Não duvido e já vi acontecer, mas hoje esses institutos têm mais a perder do que a ganhar. O custo/benefício não compensa. Colocar em cheque a credibilidade da empresa por esse ou aquele candidato é jogar contra o patrimônio.

O que não entendo é porque se gasta tanta energia brigando com os números ao invés de utilizá-los em seu favor. Cobra-se dos institutos a perfeição. Ora, se pesquisa desse resultado de eleição, não precisaria de eleição. A pesquisa mede um ponto no tempo ou uma tendência. O eleitor é mutante mesmo, apenas uma pequena parcela é cativa. Ícones como Lula, Valadão ou Ferraço – esses últimos no plano local – que conseguiram manter um eleitorado fiel por muito tempo, são exceção. Todavia, o tempo é inexorável. À medida que os anos passam, os votos cativos vão desidratando.

A pesquisa eleitoral é diferente das demais. Para essa, uma semana pode ser uma eternidade, pode mudar tudo se um fato novo acontecer ou se o improvável interferir no juízo de valor do eleitor.  São muitas as variáveis. Se pesquisarmos, por exemplo, o tamanho de torcidas de times de futebol, o resultado é quase exato. Só altera-se de geração em geração. Ninguém é Flamengo hoje e Vasco amanhã.  Em política é diferente, o que mais vemos são os vira-folhas. E eles estão por aí, basta olhar pro lado.

Mas, porque estou fazendo esse preâmbulo? Porque amanhã vou deixar ainda mais gente insatisfeita. Vou analisar os números detalhados da pesquisa de Marataízes, com foco nas microrregiões. Muitos que criticaram o instituto Opinião nas redes sociais, e até a mim, que só analiso os dados, podem ir afiando o cutelo e destilando o veneno. Aqui o casco é duro, de tartaruga, pode bater à vontade.

Essa semana, conversei com amigos, recebi mensagens no Wattsap e citações escabrosas do Messenger colocando em cheque o resultado da pesquisa Opinião em Marataízes. Sempre tem um bobo. Até aí tudo bem, mas ninguém apresentou dados diferentes. Até porque não os têm. Só aquela conversa mole, tipo “é impossível, isso tá errado” ou “a minha pesquisa deu outro resultado”, e outras pérolas impublicáveis. A orelha ardeu. Compreensível. Pois é, todo brasileiro é técnico e juiz de futebol. Aliás, antes que me perguntem, sou Flamengo, Jornalista, processado e canhoto. Até amanhã.